VIVA OS PROFESSORES na pandemia!!!

Dia 20 de maio foi comemorado o Dia do Pedagogo. Corta pra metade de março…

Era passada a metade de março. Começamos a ter uma percepção de que o mundo ia parar por aqui também. As escolas e faculdades deram uma pensada, sentiram o ambiente, mas perceberam que se não tomassem uma decisão, as pessoas iam decidir individualmente, em função do que estavam escutando na mídia.

A partir da 2a feira, dia 16 de março, boa parte das instituições de ensino privadas tiveram que parar suas atividades presenciais.

Nessa semana de 16 a 20 de março as instituições ficaram meio atrapalhadas, pensando, tentando se reorganizar. Os alunos e responsáveis já aventando a hipótese de não pagar, de pagar menos, com seria nesse período, etc, etc…

No entanto havia um problema metodológico: EAD não é a mesma coisa que Ensino Remoto. O EAD (o ensino à distância) é PENSADO e PLANEJADO para ser EAD. O que as escolas e faculdades privadas tinham era um planejamento de ensino presencial, que teria que ser readaptado para uma modalidade de Ensino Remoto, em tempo real.

E quem teria que fazer isso? Os professores.

Daí vimos que a partir dos últimos dias de março, a coisa parecia estar tomando forma: professores extremamente esforçados, que não podiam aparentar que estavam desconfortáveis, despreparados, desamparados pelas instituições, com medo de não dar conta do recado, tiveram que se virar. Com a internet ruim mesmo, com o computador velho de casa, com o notebook barato, com o neto passando na frente, o gato subindo na mesa, panela apitando no fogão, o bebê chorando ou o marido passando atrás.

E mais ainda: boa parte desse exército de defesa do processo de aprendizagem é composto por combatentes nascidos antes de 1975. Isso significa uma provável habilidade reduzida de manuseio de meios digitais (muitas vezes se restringindo a utilização de redes sociais) e nenhuma familiaridade com o fato de ter que aparecer na frente das câmeras como os atuais e jovens (em sua maioria) youtubers.

Portanto a continuidade do processo de aprendizagem dos nossos estudantes de intituições privadas durante a pandemia vem sendo possível graças ao esforço e reduzidos recursos de professores que se superaram.

Apesar de um primeiro momento de muitas críticas de alunos e responsáveis, de clientes insatisfeitos e frustrados com todas as restrições que a pandemia estava impondo a suas vidas, as atitudes foram mudando em um segundo momento. Ficou claro que era hora de pegar leve, baixar a guarda, ser generoso e ajudar no processo. Afinal, não há especialista de situação inédita.

Eu assisti a videos gravados e aulas ao vivo muito comoventes durante essa quarentena. Professores se desculpando por sua estrutura simples, por seu mau jeito frente às câmeras, por sua falta de costume em falar para uma máquina. Uma varandinha apertada, uma escrivaninha de filho, a mesa da sala, a bancadinha da cozinha. E eles sozinhos na sua atividade, sem abraço, sem olhos, sem vozes, olhando para o nada.

O professor precisa de troca, de presença e de olhar para realizar sua atividade.

Sou uma defensora do ensino à distância como promotor de redução nas diferenças de oportunidades. Também defendo o auto-estudo, uma modalidade de aprendizagem para aqueles que possuem disciplina e uma chance à atualização num mundo tão veloz em suas mudanças. Mas defendo os professores acima de tudo. Não pela conteúdo do que ensinam.

Defendo-os sempre porque eles reafirmam, em sua prática, que devemos acreditar na gente, acreditar que a gente pode melhorar, acreditar que a gente pode ser mais.

Portanto, não podemos deixar de acreditar nos professores. E nem deixar de apoiá-los, qualquer que seja a circunstância.

Teachers, Now's the Time for Imperfect Online Learning

Origem da imagem: google.com

 

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