Vamos falar sobre o assédio moral na Universidade?

Peguei o diploma, e agora?

Você termina a graduação e decide fazer uma pós-graduação. Afinal, quanto maior sua especialização e título acadêmico, maiores suas chances de conseguir uma vaga naquela empresa bacana, ou até quem sabe, atuar em uma universidade.

Então você escolhe o programa de pós-graduação, escreve o projeto de pesquisa, passa pelo processo seletivo. Sua matrícula no mestrado está feita e logo as aulas começam.

Tudo vai correndo bem, você trabalha e agora faz mestrado. Mas você também é casada e mãe. E você vai dando conta de tudo. Está curtindo as aulas, tem suas primeiras reuniões com o orientador.

Conversa com seus colegas de mestrado, e ouve coisas maravilhosas sobre seus orientadores, e não entende porque o seu parece tão distante. Começam as exigências do orientador: faça isso, leia aquilo, publique artigos, participe de congressos. Você acha isso normal, afinal, ele é seu orientador e sabe o que você precisa para fazer uma boa dissertação.

Mal profissional ou assédio moral?

Em uma reunião com seu orientador, depois de perguntar da sua filha, ele fala: “Ah, a gente acha que criança precisa da nossa atenção, mas não precisa não viu?” E você fica com cara de paisagem e sente que as coisas não vão tão bem.

Os problemas começam: seu orientador some, não marca reuniões, não lê o que você escreve (mas exige que você coloque o nome dele como coautor no texto). Sua vida está prestes a virar um inferno.

Você tem tudo encaminhado: já sabe o que vai escrever na dissertação, participa de eventos, publica artigos.

Então, ele chama sua atenção no meio da sala de aula lotada, chamando você de irresponsável e diz que “só dá trabalho”. Você fica sem reação e sai passando mal da sala.

O tempo está passando e a falta de compromisso do seu orientador está atrapalhando o andamento da sua vida acadêmica. Sua ficha cai: está sendo vítima de assédio moral.

E o final dessa história? Eu abandonei o mestrado, porque a cumplicidade dentro do meio acadêmico é muito grande. Profissionais se omitem e passam panos quentes sobre as situações.

O que fazer?

Você pode guardar todos os registros possíveis (e-mails, conversas no WhatsApp), se dirigir a coordenação do curso e fazer uma denúncia. Mas corre o risco de sofrer sozinha(o) durante o processo e/ou até terminar o mestrado caso você não desista.

Triste demais. Histórias parecidas acontecem em várias universidades e o tempo todo. É muito importante debater esse tema, pois casos como esses levam a um número assustador de casos de depressão entre alunos de universidade.

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