Um poema sobre o quão maior do que uma relação abusiva, você é

O que eu não tenho de ti

É que eu sou mais do que o seu desatino,
seu momento ruim.
Sou mais do que um corpo frio
pra cobrir o seu quando está afim.

Eu sou bem mais do que anestésico pras suas quedas,
antitérmico pra sua febre.
Mais que uma bebida qualquer que te deixa alegre.

É que eu não sou um livro no seu instante,
um quadro na sua parede.
Eu não estou aqui só pra matar a sua sede.
Eu não sou um prêmio pro teu ego
Um troféu pra você exibir na rede.

Não, eu não sou a pintura bela pra você chamar de sua.
Essa que você aprisiona,
mas na frente dos outros promete a lua.
Muito menos a te (co)responder sou obrigada
Só porquê mandou mensagem com tesão
de madrugada.

E vem você, me chamar de a louca apaixonada
porque te chamei pra conversar num bar de rua
Mas olha só, pra ser interessante eu não preciso estar nua.

Você quer de mim sempre menos do que eu posso dar.
Minha filosofia é falha quando não enaltece o teu olhar.
Política? Disso você nem pensa em falar.
Diz que eu não entendo, quando na verdade você já não consegue argumentar.

Mas minha poesia é mais profunda
Sua mente rasa, corpo estático, não me inunda
E se na resiliência do meu verso eu ainda tenho alguma coisa pra te contar
É que a beleza em mim é só minha, e vai muito além do que um dia você possa alcançar.

-Duda Xavier

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