Todas as coisas que tem rótulos são seguras. Costumamos preferir o que é aparentemente conhecido, por que quase sempre é sinônimo de tradição e certeza | Sobre seguir na contra mão…
Há controversas, não compartilho dessa ideia.
Nem tudo o que tem nome é exatamente a única coisa que podemos amar. Quando minha cunhada ficou grávida, nos primeiros meses, nós não sabíamos se seria menino, menina, se era um só, se aguentaria nove meses crescendo devagarinho naquele espaço tão pequeno, e ainda assim, amamos o Eduardo como se ele fosse a oitava maravilha deste mundo. E ele é.
Era uma vida, uma vida que causava cócegas na alma só por pensarmos que existia. Nunca havíamos o visto. Eu não sabia se ele teria olhos azuis, se teria pouco cabelo, se teria todos os membros, e ainda assim o amei sem reservas.
Quando vivo momentos incríveis, sempre tento unificar o que sinto em uma palavra nova, e nunca encontro.Sabe qual é o motivo?
Incrível seria pouco. Perfeito seria muito. Fantástico seria sensacionalista e a falta de definição, é exatamente o meu estado de graça, o encontro comigo mesma,a felicidade não pode ser explicada algumas vezes por que simplesmente não queremos e nem conseguiríamos limitar momentos e muito menos sentimentos.
É que as melhores coisas da vida não tem uma explicação exata e na maioria das vezes, jamais planejamos o hoje, embora estejamos o vivendo como podemos.
Quero alterar datas comemorativas. Quero feriados nos dias de celebrar a vida de quem amo estar por perto, quero menos pedágios entre as pessoas. Quero mais catracas livres na direção do peito de todos nós, quero menos ”pare” e mais ”siga em frente”. Quero faixas que sinalizem apenas uma passagem , e não uma obrigação.
Quero menos atenção e mais sinais verdes nas vidas de todos nós. E só assim, só no meio da batida, vamos descobrir que somos instantes, que somos além do que as ferragens sustentam, somos o sentido da contra mão da tal vida.
