Setembro Amarelo | Precisamos falar sobre o suicídio

Por mais que doa (e em mim também dói), precisamos falar sobre o suicídio. E não só agora em setembro, mas fazermos disso uma prática de saúde e prevenção.

Falo em causa própria quando digo que às vezes é simplesmente tão difícil falar com alguém sobre isso! A pessoa que pensa em cometer suicídio tem, além do medo dos julgamentos morais sobre ela, medo de entristecer aqueles que ama (porque é impossível eles não ficarem chocados e chateados com a revelação). Por estas questões, e pelo tema ser um dos grandes tabus em nossa sociedade, não nos sentimos à vontade para conversar sobre suicídio. Isso impede a evolução na discussão de métodos preventivos, como a capacitação do cidadão comum em identificar os sinais em seus próximos. Portanto, estamos aqui no blog buscando mudar essa situação com os posts especiais do Setembro Amarelo.

Segundo pesquisas recentes, as taxas de suicídios entre jovens têm crescido a cada ano. E, independentemente da idade, a maior causa dos dados alarmantes que ouvimos falar é a depressão (que também vem “evoluindo” a ponto de competir com o câncer pelo triste título de mal do século). Muitas pessoas ainda não sabem o que é a depressão, acreditando que se trata de frescura, de má-vontade. Para outras tantas é difícil entender como uma pessoa pode ter coragem de tirar a própria vida, o bem maior dado por um suposto ser maior.

No entanto, a pessoa que pensa no suicídio quer acabar com a dor, acreditando que sua morte é o único caminho para tanto. Muitas vezes ela já procurou outros tipos de ajuda, como a religiosa, para superar essa situação. Portanto, não devemos dizer que a depressão/suicídio é questão de falta de fé. Muitas vezes também a pessoa carrega sua dor por muitos anos. Portanto não devemos comparar sua situação com uma tristeza comum ou com os altos e baixos que a vida dá e pelos quais todos nós passamos.

E aqui vai um último apelo: por favor, apenas ouça de braços abertos a pessoa que conseguiu se abrir com você. Não a julgue. Não queira vestir nela uma camisa de força: o profissional adequado saberá se é o caso e qual a medicação mais apropriada para a situação. A sua função como pessoa de confiança dela é ouvir abertamente e tentar entender, se colocar no lugar da pessoa, abraçá-la, colocar-se à disposição.

Assim, quem sabe consigamos aos poucos evoluir na prevenção e em nossos preconceitos com relação às doenças mentais.

Photo by Andrew Neel on Unsplash

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