Porque precisei conhecer The Clock

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Porque precisei conhecer The clock

Uma infinidade de pessoas de diversas idades olhavam atentas -ou não- o que se passava na tela de cinema localizada em uma das salas da nova unidade do Instituto Moreira Salles, localizado na Avenida Paulista. A obra The Clock (2011), do artista suíço-americano Christian Marclay, é uma videoinstalação com duração de 24 horas composta por milhares de cenas do cinema mundial de várias épocas. Trechos estes unidos, ressignificados e caracterizados pela presença de um único elemento em comum: a indicação do tempo sincronizado ao lugar em que a obra é apresentada.

O que se faz presente ali é a vida e sua fugacidade. Cada espectador em seu sofá assistindo a um simulacro das próprias vidas enquanto nossas vidas seguem e isso me fez refletir sobre várias coisas como, por exemplo, a preciosidade de cada instante. Decidi, naquele momento, que ficar e assistir seria uma grande experiência. E foi.

Não me lembro da primeira vez em que algo não deu certo porque eu deveria ser muito pequena mas, cá entre nós, o insucesso às vezes tem a ver com descobertas. Da mesma maneira que pouco me recordo da primeira vez em que algo deu certo. Como quando você conhece uma referência muito boa por conta de alguém que talvez em questão de minutos desapareça do seu convívio e aquela coisa se torna muito maior do que qualquer outra história anterior possível. De toda maneira, o tempo, este, é implacável.

Somos finitos. Tendo você dito ou preferido permanecer em silêncio, ignorado ou ido de encontro a algo que apostou e continua apostando.

O relógio da vida não para, estando você em um sofá ou não. As horas são cíclicas, nosso tempo não.

 

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