Eu devia sorrir mais…

(Sugestão música para ouvir enquanto estiver lendo > Piloto automático – Supercombo)

Quantas vezes o que as pessoas falam sobre você e pensam sobre você se sobressaiu  ao que você achava que estava finalmente se tornando ou que felizmente estava se tornando, mas de repente passaram uma rasteira nas suas convicções?

Eu sei que tudo o que a gente sente tem um significado muito particular, temos uma espécie de dicionário intimo com significados infinitamente nossos, acho que a gente costuma expor só para quem gosta de verdade. Gratidão é um negoócio absurdo, a coisa mais comum é ver alguém postando ser grato por uma viagem, por um trabalho, por um presente… Não que você não deva ser, mas o que pode ser mais importante ainda, talvez seja agradecer pelo branco opaco do teto do seu quarto estar ali mais um dia, você pode ser grato pelo ônibus vir vazio mesmo que esteja no horário de sempre (já que ele costuma vir cheio demais), você pode ser grato por saber que tem para onde voltar. Pode ser grato por que o girassol da semana demorou um dia a mais para morrer, pode ser grato por que evitou uma discussão, pode ser grato por ter sobrevivido a mais um dia,pode ser grato pela vida de quem mantém a sua no eixo (ou fora dele)…

Sempre que as coisas caminham bem a gente costuma olhar ao redor, mas infelizmente não tem sido para compartilhar com quem está conosco, tem sido para elencar todas as coisas ruins que vem junto com as coisas boas por que parece que é pecado sermos felizes em excesso. Parece injusto que a alma transborde enquanto a vida de tanta gente continua estagnada. Chega a ser insano, mas carregamos em nós mesmos o medo de demonstrar a felicidade.

O universo conspira a favor de quem promove a felicidade dos outros, ou de quem não impede de algum modo que ela aconteça.

Às vezes a gente deixa detalhes de lado por que se empenha em executar coisas muito grandes na vida, mas felizmente existem os atentos, as pessoas  que fazem com que você entenda que mesmo que seja necessário viver e morrer todos os dias várias vezes ao decorrer deles, é preciso que você ajude a vida de outras pessoas a acontecer além das pequenas telas que as entretém, mas também as prendem ao inimaginável.

Eu não tenho ideia de qual a quantidade da  sua parcela de culpas coletivas ou pessoais, mas enquanto puder fazer com que você mesmo e outras pessoas se concentrem em não tornar as suas  culpas as coisas mais importantes de suas vidas, o faça.
Não se contente com quem só te pergunta para onde deve ir, comece a almejar infinitamente a companhia de pessoas  que te perguntem para onde vocês poderão ir juntos.