“eu quero ficar tão
enraizada ao chão
que estas lágrimas
estas mãos
estes pés
afundarão
– pé no chão”
Esse é um dos poemas da escritora Rupi Kaur que estão no livro “Outros Jeitos de Usar a Boca”. O livro saiu este ano, pela editora Planeta e é um soco no estômago. Talvez, você tenha visto algumas imagens rolando pela internet sobre o livro, com os poemas e as ilustrações. Ela trata sobre tudo, de um jeito cru, se expressando muito bem e se conectando com o público.
Li o livro este ano, em março. Em poucas horas, terminei o livro soluçando. A escritora indiana nos mostra de uma forma cruel o amor, a dor, a ruptura e a cura. É impossível não se emocionar com a escrita e todos os sentimentos.
Hoje, depois de alguns meses, reli o livro. Os sentimentos continuam os mesmos. É uma mistura de tristeza e força… No final, você descobre que existe a cura, um jeito de recomeçar. Inclusive, você não está sozinha.
“talvez as pessoas mais tristes
sejam as que vivem esperando
por alguém que nem sabem
se existem
– 7 bilhões de pessoas”
Ainda este ano, li uma entrevista de Rupi, onde a mesma contava sobre a inspiração para escrever o livro. Ela conta que não é uma biografia, mas existem pedaços dela, assim como de todo mundo. Eu e você, estamos nas 204 páginas. Rupi também contou que falavam para ela que suas poesias não iam ganhar nenhum dinheiro, mas veja só: o livro foi o primeiro na lista de mais vendidos do The New York Times.
Rupi traz para nós todos os sentimentos e mostra que é possível de curar nossas dores. Aprendi com ela que as mágoas, dores e as preocupações não duram para sempre. Eu sei, demora, mas vai passar. É só um momento. Rupi também me ensinou que eu preciso me amar, que eu estou em primeiro lugar. Ela me relembrou que sou dona do meu corpo, dos meus pensamentos e do meu futuro e não posso deixar que nenhum homem me coloque para baixo. Ela traz relatos sobre o sexo e o corpo que me fazem refletir que é normal: somos seres humanos e não precisamos agradar ninguém.
Seu livro é composto por quatro partes: amor, dor, ruptura e cura. Em cada página, a autora nos faz relembrar o passado, mas mostra que é possível fazer ouro com os ensinamentos. Vai melhorar, eu juro. Leia o livro e depois me conte. Estamos juntos.
“o mundo
te dá
tanta dor
e você aí
transformando a dor em ouro
– não há nada mais puro”
