O tal do HOME OFFICE daqui pra frente

O que antes era uma opção, uma coisa de empresa moderninha, passou a ser a salvação da pandemia: o HOME OFFICE.

Quem tem mais de 40, como a tia aqui, vai lembrar direitinho do que vou falar… ao longo da nossa formação escutamos que, ao chegar no trabalho, a gente tinha que “deixar os problemas pessoais do lado de fora” ou que, ao ir para casa, a gente tinha que “deixar os problemas do trabalho no trabalho”.

TCHARAM! Eis que surge essa pandemia duma figa para esbagaçar tudo que a gente tinha aprendido na cartillha da Dona Cotinha.

Aliás, para zero variar, pois a minha geração é justinho aquela que teve toda a sua formação na base da prova de mimeógrafo e que quando colocou o pé no mercado de trabalho, tomou com um computador na cabeça, pra ficar esperto. Embora moderninha e adaptada, (sem cheirar nada e nem roer unha, só na base dos 20 anos de análise mesmo) eu confesso que estranho até hoje quando escuto HOME junto de OFFICE.

Meio que lá dentro fala assim: “ou é home ou é office”.

Pois bem, até a outra esquina, outro diazinho mesmo, o home office era algo meio alternativo, restrito a algumas atividades, a vínculos empregatícios mais flexíveis ou empresas que queriam passar a imagem de modernex ou total flex. Aliás essas últimas se dividiram, nos últimos tempos, em dois tipos: as que colocam cerveja, videogame e hamburger à vontade pra ninguém querer ir pra casa e as empresas que tocam o pessoal pra fazer home office para poder dividir os custos de luz, papel higiênico e copinho de café com o funcionário.

A pandemia chega e coloca o HOME OFFICE como a coisa-mais-maravilhosa-salvação-da-lavoura.

Isso ocorre tanto para todos os apavorados de perderem seus empregos quanto para os apavorados em paralizarem suas atividades (no caso de profissionais liberais e empreendedores). Mas a que preço?

Tenho escutado na clínica que as pessoas estão trabalhando mais horas do que se estivessem em seus locais de trabalho, ou que mesmo trabalhando a mesma quantidade de horas, estão mais cansados. Escuto gente que mesmo estando em casa não está conseguindo almoçar, nunca viu os filhos adolescentes tão pouco ou nunca comeu ou bebeu tão mal.

Gente, pera. Não precisa beber suco verde e fazer ioga as 7 da manhã, mas PIORAR TANTO assim a qualidade de vida durante a quarentena?

A partir desse momento, o home office será cada vez mais comum, mesmo com a pandemia ficando para trás. Seja por questões logísticas, financeiras, práticas ou ambientais, muitas das estruturas antes mantidas serão desmobilizadas. A tecnologia desempenha um papel fundamental nesse processo.

Pesquisas já apontam que aceleramos nossa “revolução digital” em 5 ANOS em função da pandemia.

Para que esse período não seja mais angustiante do que já é por existir nesse cenário o medo implícito de contágio, de doença e morte, de perda de condições financeiras, vamos colocar aqui algumas coisas que podem te ajudar a colocar uma pequena cerquinha, mesmo que baixinha, entre o “home” e o “office”. É importante nos adaptarmos para que nossa vida não fique ainda mais difícil durante a quarentena e para que a gente consiga, daqui pra frente, aceitar o home office na nossa vida sem se sentir invadido por ele.

Novas ideias para nosso HOME OFFICE daqui pra frente:

  1. Primeiro é necessário entendermos que a lógica é outra a partir de agora: home office não é fazer igual ao que você fazia no ambiente de trabalho, só que em casa. É OUTRA COISA, outro paradigma que vamos construir daqui pra frente;
  2. Não podemos continuar a achar que temos que nos fantasiar de “pessoa corporativa” para aparecer no video, para executarmos nosso trabalho. A hora é agora, temos que juntar as 2 “personas” que eram mantidas, a familiar e a corporativa, unificando em nós mesmos, no que somos. Isso significa nem andar de pijama o dia todo e se abandonar e nem ter que se maquiar e modificar seu cabelo para estar “publicável”;
  3. A situação atual de home office é inusitada, pois não podemos sair, nos juntar com familiares no fim de semana, realizar atividades em outros grupos. A partir do momento em que a vida for deixando a quarentena, com as coisas voltando aos poucos, o home office será um pouco menos cansativo, pois teremos outras experiências diversificadas em nosso cotidiano;
  4. Tenha um mínimo de auto disciplina. Refeições, hidratação, tempos de descanso, mescla de natureza de atividades, postura ao sentar a frente do computador, contato diário com pessoas que não sejam ligadas ao seu trabalho, agenda de horários para cada atividade. Todos esses são aspectos com os quais você deve se ocupar cuidadosamente. É você que escolhe sua cadeira e seu café agora, não é mais a empresa;
  5. Sobre agenda: uma vez que o ambiente já está meio “plástico”, misturando o doméstico com o profissional, os tempos devem ser bem estruturados e um pouco mais rígidos, para poder comportar toda a diversidade de atividades necessária ao ambiente do home office.

 

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