O antes, o agora e o depois…

Eu me lembro de você todas as vezes que uma livraria me invade e eu corro os olhos por livros do Bukowski ou vejo um exemplar de on the road.
Eu me lembro de você todas as vezes em que eu abro minhas playlists e me lembro do quanto você me conhecia bem o suficiente para arquitetar perfeitamente sequências que oscilassem tanto quanto o meu humor e meus gostos musicais esquisitos.
Toda vez que surge alguma dúvida no Excel eu penso em te ligar por que seria a desculpa menos ridícula ou a dificuldade mais aceitável para a minha mente encontrar qualquer desculpa para ouvir tua voz de novo.
Você está no canto mais cheio da carteira no amontoado dos bilhetes que alegraram meus dias mais angustiantes.
Você está em todos os chocolates, nas minhas gavetas e nas prateleiras de importados (aquelas mesmas, que parecem inalcançáveis).
Está nas pétalas do Josh que transmitem vida para o bolso da frente da minha mochila(não te contei mas é um jeito que encontrei de manter ele vivo comigo,agora que você já não está por aqui).
Mas você continua, você está em todos os novos cafés e aromas deles, nas cápsulas com cheiro de seu sabor preferido no mundo, nos lençóis azuis, nas camisetas brancas, nos coques mal feitos e na ponte sorriso/coração.
Você está nas olheiras, nos pijamas que não cessam o frio, no primeiro chocolate que ganhei no trabalho e na minha busca recente de passagens com destino a onde você possa estar.
Comprei um shampoo diferente, mudei o desodortante,marquei de cortar o cabelo e pretendia mudar a cor do esmalte, mas eu entendi que por mais que eu te tire dos detalhes você sempre estará de alguma forma na minha essência.
Sempre vou te encaixar nos meus medos bobos e nas minhas coragens absurdas.
Te procuro o dia todo e tenho flashes de possíveis reações suas ao saber que deu certo sair pra comer no horário que eu gosto ou que finalmente eu consegui o livro de inglês, e até mesmo que hoje eu consegui escolher o presente do meu primo sozinha (você sabe que eu não sei escolher nada direito) e ontem foi o dia mais frio do ano( porque não tinha você de algum modo e porque a cidade cinza não me deixou esquecer que faltou você pertinho de mim.)

Tenho tentado conciliar o tempo com as nossas escolhas e a saudade a minha dose máxima de empatia com qualquer pessoa próxima em minha vida.

Depois das doses cavalares de saudade e da terapia contínua sobre como esquecer você, preciso que saiba que desde que você esteve ausente te fiz presente nas pequenas coisas durante o dia. Nas coisas que você me ensinou a ver como grandiosas, na sintonia dos sorrisos aleatórios e nas ausências que se encontram todas as vezes em que algo é sobre você.

No caso, tudo ainda é sobre você.

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