E foi aí que ele chegou, meu coração estava feio e abandonado

E foi aí que ele chegou

Ele apareceu assim, do nada. Chegou aos pouquinhos e foi ocupando todos os espaços, primeiro, os que estavam vagos, depois, os ocupados, até que tomou conta de tudo, e foi aí que ele chegou.
Sou tão grata por isso. Quando ele me encontrou, meu coração estava feio. Há muito abandonado e maltratado pelos antigos inquilinos. A pintura estava feia, toda suja, gasta, descascada, as janelas fechadas fechadas, portas emperradas, tudo muito escuro, muito feio.

Cheio de teias de aranha, o chão encardido, faltando pisos, os que sobraram estavam gastos. Só que o que mais incomodava, era o jardim. Esse estava completamente abandonado. A grama estava seca. Todas as flores tinham morrido, as árvores não tinham folhas.

E foi aí que ele chegou.

Chegou abrindo as portas e janelas deixando a luz entrar e iluminar tudo. Fez aquela faxina, limpou tudo, principalmente os cantos, acabando assim com qualquer vestígio de sofrimento que tinha por ali. Pintou tudo de vermelho, aquecendo a casa, trocou os pisos…

Só que foi no jardim a maior transformação. Ele começou a regar todos os dias e a conversar com as plantas. Dar carinho e mostrar que se importava com elas.

E as flores foram renascendo. A grama ficou verdinha, e as árvores, hoje, estão cheias de folhas, os passarinhos voltaram a frequentar o jardim, a cantar!

De inquilino, passou a dono. De um lindo coração. Agora bem cuidado, todo limpinho, aquecido e iluminado. Cheio de flores, com cerquinha branca. É um novo coração.

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