Conto de amor: Cheiro de Capricho

São tantos detalhes guardados , que quando fecho os olhos, pareço imergir em outra dimensão, que me remete de volta aos momentos que EU quero reviver. É tão real, é tão palpável, que dependendo do meu nível de interação com isso que eu, a grosso modo, vou chamar de “déjà vu”, até me esqueço do presente.

De repente me pego com o sol quente no rosto e a presença dela ao meu lado. Estamos juntos descendo aquela ladeira, estamos juntos de mãos dadas. Ela com sua saia jeans e sua blusinha rosa, com acabamento feito a mão e com um  decote que realça os seios, tudo isso sem vulgaridade e com uma inocência que me desperta ainda mais atração. Sua pele pó de arroz e seus lábios vermelhos, destilam sensualidade quando ela, devagar, se adianta e se posiciona em minha frente, leva as duas mãos em direção ao meu rosto, aproxima os lábios junto aos meus, e me olhando fixamente diz que me ama.

Seguimos juntos, sem saber qual dos dois é mais feliz. Ela sorri e me pede um colegial (sorvete que ficou marcado na nossa história). Eu acato com prazer seu pedido. Ela enquanto briga com o sorvete que, assim como eu, não é capaz de resistir a tanto e derrete, me conta seus planos para o nosso final de semana. Diz que me deseja e que estava com saudade, ela sugeriu um filme, e eu acrescentei de passarmos no supermercado e levar delícias que para nossa idade, não vão fazer mal nenhum. Ela com brilho nos olhos aperta minha mão e diz: Fechado!

Após o filme, numa noite que, deu nome a dama da noite, ela deixa as janelas abertas. A brisa que entra e passa pelo seu corpo, leva para todo canto da casa o seu cheiro, o seu frescor. Meus sentidos se perdem, e na escuridão, ouço barulho de porta sendo trancada. Ela tapa meus olhos com as mãos e me guia até o quarto. Num desses movimentos que parecem que foram ensaiados, assim que a porta se fecha, ela rapidamente se vira e me puxa, em direção ao seu corpo. Deixando os lábios entrarem em atrito, mas sem se beijar, nossas mãos começam uma viagem sem fim pelo corpo um do outro. A porta, mero objeto inanimado, parece sentir tudo o que acontece, e nos recompensa com barulhos dignos de quem tem algo a esconder. Após tantos atritos e provocações, não ouve nenhum espaço entre nossos lábios, nosso sincronismo e desejo, trazia prazeres e sensações que nem o mais lírico dos poetas seria capaz de descrever. E em forma de dança, abraçado fortemente ao corpo dela, a guiei em direção a cama, que seria cúmplice do nosso melhor momento juntos até então. Com os corpos mais quentes do que o sol, não resisti a tentação de deslizar sua saia jeans pelas pernas macias e abrangentes. Cada centímetro de pele que era revelado, era uma reta de desejo rumo ao infinito.
Não desejando estar em nenhum outro lugar do mundo e com mais ninguém a não ser ela, recebi o que de mais valioso ela tinha para me dar: Seu amor.

18:55 Tim dom! próxima estação, Brigadeiro.
O presente me chama e me alerta que eu desço na próxima estação, pausa maldosa que retira a feição de felicidade que me assombrava o semblante.
23:25 Já no final do começo do meu caminho, devidamente acomodado e com os fones de ouvido e o ipod engatilhados (ferramentas que auxiliam e estimulam meus dispositivos cerebrais), lanço um olhar vazio pela janela do ônibus, e num piscar de olhos, sinto que minhas mãos não estão sozinhas.

Porta aberta… delírio, puro êxtase.

Foto mãos dadas

 

Olha ele ai!

Gostou desse conto de amor? Roubei (com autorização), do Douglas Alisson que é fera!

 

 

 

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