A gente as vezes se mutila com mais um gole, com mais um trago, com só mais um corte ou só mais um pedaço (enquanto alguns não fazem questão nem da primeira fatia).
Nos destruímos aos poucos de forma lenta e dolorosa porque o peso de viver chega a ser além do que achamos que conseguimos suportar.
Não desafiamos mais os limites pois eles começaram a mudar a todo o momento.
Mas olha meu bem, as coisas não precisam morrer em você bem como não devem permanecer vivas se te matam um pouco mais a cada dia.
Embora tenham dias que permanecer vivo ou sorrindo não seja completamente nossa escolha ou não dependa de nós mesmos, e eu saiba que já não nos sentimos seguros rodeados por centenas de pessoa pois, o movimento não preenche os vazios de todo o resto tenho buscado entender. Juro que te entendo.
Preste bastante atenção ao principal procedimento emergencial: recuperar o ar em casos de sufocamento e esvaziar o ar em casos de esgotamento.
Invente mentalmente de acordo com o que te acalma uma máscara de oxigênio e apenas inspire o que te faz sorrir mesmo sem querer. No final do dia (ou da vida) aposto que essas lembranças, pessoas ou sorrisos nos salvarão de nós mesmos.
Algumas vezes será necessário associar a vida a um balão. Dependendo do que perfurar esvazia rápido, mas tem gente que prefere fazer um furo com agulha mesmo e esperar ir esvaziando aos poucos, sem alarde. E tudo bem se for de um jeito ou de outro.
Você não precisa saber agora exatamente o que fará do seu futuro, não precisa responder o que espera da vida pois na verdade pode estar correndo atrás dela, quase sem fôlego, mas sem cessar.
A infelicidade nos torna frágeis e a felicidade nos faz vulneráveis. A balança fica descompassada, mas encontrar o equilíbrio entre ser euforia e paz é muito difícil em alguns dias, não é mesmo? As pessoas exigem mais do que temos a oferecer e até mesmo sobre quem realmente somos.
De qualquer modo, não se preocupe em ceder com relação a pressão social, conflitos familiares, ansiedade, insegurança, negação, relacionamentos que existem de modo singular ou plural, a falta de emprego ou a angústia de ter um que não te faz feliz, a auto estima que quase não existe…. Não estamos imunes a felicidade, muito menos a falta dela, mas podemos falar sobre e fazer algo a respeito. Como em varias outras vezes, vamos precisar acreditar na luz no fim do túnel. Precisaremos aprender a reencontrar as mãos e orelhas estendidas no meio do caminho. Não vamos nos permitir sair lesados dessa batalha. Posso contar com você?
Muito sofrido saber que tem pessoas que morrem antes do corpo definhar.
É preciso coragem pra viver a vida nua e crua né?
Obrigada pelo comentario e pelo carinho!
Beijão