Sobre as diversas formas de ser mãe…

Sobre as diversas formas de ser mãe…

Conheço pessoas que sonham com o ato de ser mãe.Talvez eu sonhe também.Talvez já seja.Tem um tempo que esse assunto abala a estrutura toda vez que ameaça ser.Talvez nunca seja.Talvez ninguém nunca entenda o quanto já somos irmãs,melhores amigas,primas,mães…

Podemos preencher domingos de saudade com a acolhida que só o colo de mãe proporciona.Podemos abraçar ideias malucas como somente uma mãe pode fazer.Podemos acreditar em um destino melhor tanto para nós mesmas quanto para quem estiver ao lado,talvez somente uma mãe seja tão capaz disso:Acreditar em nós mesmos quando já deixamos de acreditar.

O que eu gostaria de dizer é que ser mãe vai além de nutrir o crescimento no ventre,além da graça de gerar uma vida: ser mãe é se manter em pé e encher de vida as pessoas que vem logo atrás gerando vida por meio da própria existência. Ser mãe é ter o equilíbrio de manter a corda firme tanto pra si quanto para quem vem logo atrás. Ser mãe é chorar junto,mas também é sorrir quando uma pequena coisa faz diferença na vida do outro.Ser mãe é ter ternura para compreender as pessoas e guia-las pra que encontrem o melhor para si mesmas.

A maternidade não se resume apenas a gerar um filho,embora isso seja completamente divino (e não duvido disso de forma alguma) mas existem outras formas de cumprir o legado que muitas vezes é delegado a nós mesmas,por nós mesmas,inconscientemente.

Muitas vezes somos mães e pais de nossos irmãos, assumimos riscos,transmitimos o que aprendemos e não aprendemos do melhor modo que podemos.Não quer dizer que seja fácil mas aceitamos o desafio por amor.Aceitamos a missão porque não queremos falhar com quem amamos.O amor continua nos movendo embora não tenhamos necessariamente a obrigação de ser o alicerce de outra pessoa.Somos o ponto de partida e chegada das pessoas porque aceitamos que o amor move qualquer coisa.

Outras vezes pensamos até demais no quanto o mundo é injusto.Muitas pessoas sem capacidade de cuidar da própria vida ou vontade alguma de cuidar de outra vida conseguem gerar um filho com a mesma facilidade de tomar um copo d’água.O que eu penso sobre? Essas pessoas precisam viver a experiência da maternidade que algumas pessoas já nascem munidas e acabam desenvolvendo durante a vida.Provavelmente essas pessoas precisem aprender sobre o amor de forma mais genuína.O que algumas de nós carregamos conosco de maneira nata,sem muitas vezes precisar gerar uma vida para que demonstremos com toda a maestria e naturalidade o amor que quase não cabe dentro de nós. Nós abraçamos vidas.

Nem sempre ser a matriz de uma vida dá sentido ao restante dela toda.O fato é simples: Somos quem podemos ser na medida do que aprendemos ser (não importa quem tenha ensinado: sejam avós,mães,tias,primas,amigas)…

Sabemos muito pouco sobre o que somos capazes até que um fato ou alguém nos instigue a isso, a ir além.Podemos ser o combustível para que pedaços de nós voem tão alto a ponto de perdermos de vista,embora sigamos amando a cada um que enfeita nossos caminhos e repousa em nossos braços matando a saudade do que os ensinamos a ser e aprendemos a ser com eles.