Setembro Amarelo | “13 Reasons Why” estimula o suicídio?

Hoje é o dia mundial de prevenção ao suicídio. E, depois do lançamento de 13 Reasons Why, é difícil falar sobre depressão entre jovens sem citar a série.

 

A série lançada no dia 31 de março desse ano é inspirada no livro de mesmo nome. A personagem principal comete suicídio de forma planejada. Deixou 13 fitas gravadas, cada uma com um motivo para ela se suicidar. Cada motivo está relacionado a uma pessoa diferente que a machucou.

A primeira reação do público foi elogiar a Netflix. Afinal, ela trouxe um tema pouco comentado mas muito importante. Não demorou muito para as criticas chegarem. E não foram só críticas de direção e arte. A principal crítica é que a série poderia estimular o suicídio entre jovens depressivos, já que muitos entendem que a personagem se “vingou” daqueles que a levaram a se matar, podendo ter algum tipo de “paz” nos instantes antes do suicídio.

Como se a primeira critica não fosse polêmica o suficiente, a série mostra exatamente como a personagem se suicidou, o que não é recomendado pela OMS. A organização acredita que seja importante alertar a população mundial, mas reconhece que mostrar o suicídio de forma explicita pode influenciar pessoas depressivas.

Netlfix, você fez jovens pensarem em suicídio. Bem vinda a sua fita.

Segundo a ONU, a cada 40 segundos uma pessoa se suicida no mundo.

 

A Ayers liderou e publicou na Associação Médica Americana um levantamento de buscas na internet. Foram analisadas buscas sobre suicídio entre o dia 31 de março, lançamento da série, e o dia 18 de abril. Isso para que o suicídio do jogador de futebol americano Aaron Hernandes não interferisse nos resultados.

As buscas feitas na internet americana sobre suicídio foram 19% maior que o esperado. O estudo revelou que a maioria das buscas online eram associadas a intenção de planejar o suicídio. Os pesquisadores afirmam, por mais que a série tenha despertado a atenção da população para o tema, pode ter, acidentalmente, levado jovens a se suicidarem.

Uma aliviada para a Netflix é que buscas por prevenção e telefones de Centros de Valorização à Vida aumentaram em 20%. Ou seja, assim como a maioria dos conhecidos da personagem Hannah Baker, os produtores da série não imaginaram que suas decisões poderiam acarretar problemas na vida de pessoas com tendências ao suicídio.

Segundo o jornal O Globo, o showrunner, Brian Yorkey defendeu a série. “Muitas pessoas nos perguntaram por que nós mostramos Hannah se matando da forma como fizemos. Trabalhamos duro para que (a cena) não fosse gratuita. Queríamos que fosse difícil de ver, para ficar claro que não há nada que valha a pena (no suicídio)”.

 

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