A reencarnação e os seus gatilhos

Convido a todos a repensar alguns conceitos ligados à Reencarnação, vamos lá:

Antes de começar explicarei o que é gatilho. Gatilho é tudo o que provoca em você sensações, sentimentos e emoções, ligadas ou não a fatos passados. Podem ser pessoas ou situações, ou até mesmo uma notícia na televisão. Por exemplo, se eu sou uma pessoa impaciente. Então certo dia sou atendido por um funcionário novo em seu 1º dia de trabalho tentando seu melhor, lendo e consultando devagar os processos de seu serviço comigo justo no dia em que estou com muita pressa. O que vai acontecer? Provavelmente vou ficar bastante irritado e inquieto, certo? Mesmo sem ter a intenção o funcionário provocará em mim esses sentimentos negativos.

Isso é ruim? Na verdade não! Nós devemos ser muito gratos a essa pessoa, pois ela está nos servindo de gatilho e através dela temos a oportunidade de enxergar nossas inferioridades. Por que isso acontece aqui na Terra? Por que estamos encarnados e vivenciando essas experiências?

Bem, lá no Astral Superior não há essas oportunidades. Vamos a outro exemplo: Eu sou alguém que não suporta de forma nenhuma ser desprezado. Caso eu more em uma colônia iluminada aonde todos os dias os irmãos são super solícitos, me cumprimentam com abraços verdadeiros e sempre me olham com carinho e respeito. Eu passarei milênios sem resolver essa questão. Pois nesse ambiente tão harmônico nada nunca vai cutucar a minha ferida ou revelar as minhas sombras.

As nossas qualidades e defeitos são congênitos, ou seja, eles fazem parte de nós. Já nascemos com eles principalmente os mais fortes, nossa personalidade não se forma na infância ela se manifesta na infância. Imaginem o exemplo acima, quando essa pessoa receber o primeiro gatilho de desprezo logo na infância ficará furioso.

Quando isso acontece nós procuramos saber o motivo apenas dentro dessa vida (analisando os pais, a educação e todo o convívio desde bebê até o momento). A verdade é ele já era assim, era assim antes de encarnar e não se tornou assim magicamente por causa de uma única ofensa cometida a ele por outra criança. Muitas pessoas sofrem desprezo e nem todas são atingidas por isso, ou mesmo reagem da mesma forma. Quando isso acontece cabe a análise.

Além dos gatilhos temos aqui na Terra outras experiências únicas. Aqui nós podemos experimentar diversos papéis diferentes (mãe, pai, filho, filha, avô, avó, entre muitos outros), apenas aqui temos a experiência de sermos crianças, adolescentes, adultos e idosos, de engravidar. Temos a oportunidade de nascermos em famílias, países e culturas diferentes entre muitas outras coisas que são possíveis apenas aqui.

Quando digo que viemos para cá nos trabalhar e nos melhorar, viemos enfrentar nossas inferioridades com gatilhos para todo lado nos lembrando o que viemos trabalhar. Quem veio curar a raiva, terá situações que o farão aflorar esse sentimento para trabalhá-lo. O mesmo se aplica em relação a mágoa, rejeição abandono, sentir-se superior, inferior, etc. Peço que não enxerguem isso de forma dura. “Ai como sou infeliz e inferior que ainda não alcancei a Luz, nossa devo ter jogado pedra na cruz e agora estou pagando por tudo o que fiz. “

Pessoalmente acho que a palavra pagar uma palavra estranha. Vejamos a cada crime que cometi em vidas passadas fico devendo entre “50 a 100 pontos cármicos” que posso pagar parcelado em até 12 vidas? Sim é claro que existe a lei do retorno e o que plantamos colhemos evidentemente, porém vamos enxergar do ponto de vista maior, do porquê “pagamos”. Nós pagamos para aprender.

Já ouvi diversas vezes em Regressões os ensinamentos passados pelos mentores que podemos aprender tanto pelo amor como pela dor. Ganhamos muitas oportunidades de aprender pelo amor. E só vamos para a dor quando não deixamos o Amor ser nosso professor. Então a Dor é uma professora mais rigorosa que insistirá arduamente em nós até que se tenha aprendido a lição.

Aos olhos de Deus somos todas meras crianças que mal entendem as consequências de suas próprias ações. Vamos supor que uma criança belisque outra. Então, com amor e carinho explicamos a ela que isso machuca e seu amiguinho pode até chorar. A criança não convencida continua a fazer a mesma coisa. Avisamos algumas vezes e vamos sendo mais ríspidos. Até que chega o momento que precisamos dar um beliscão na criança para que ela sinta que um beliscão é desagradável e pare de fazer isso em seus colegas. Esse beliscar não é um ato maligno, pois o objetivo não é machucar ou fazer a criança sofrer, mas sim que ela aprenda, apenas isso.

Deus é tudo, mas com certeza não é injusto. Deus não quer que sofremos ou que fiquemos pagando pecados, o objetivo é aprender, crescer e amadurecer. A dor sem aprendizado é uma dor não aproveitada que se repetira até a lição ser aprendida. Não viemos a este mundo para repentinamente nos tornamos santos e mestres iluminados. Viemos para sermos felizes e sim trabalhar nossas inferioridades, mas quais? Vamos começar observando os gatilhos ao nosso redor. Comece pelos que mais te incomodam, os gatilhos te mostram o caminho, vamos encarar a vida de frente e com um sorriso no rosto.

O antídoto de nossos sentimentos negativos é o oposto. O antídoto da raiva é amor, o da magoa é a compreensão, o do medo é a coragem e assim por diante. Vamos supor que vim curar a tristeza. Não adianta eu ficar quieto no canto resignado sofrendo com a tristeza esperando a encarnação acabar e achar que isso será resolvido magicamente. Deus nos manda para cá com toda a força, ferramentas e apoio necessário para vencermos. O fazer só depende de nós mesmos. Portanto para curar a tristeza busque a alegria. Aproveite e seja grato aos gatilhos que te deixam tristes, eles são lembretes de Deus para o que viemos trabalhar em nós mesmos.

Texto de Ricardo Farias

https://www.facebook.com/ricardofariasterapeuta/

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