{Sugestão de música para ouvir enquanto ler: Tudo diferente- Maria Gadú}
A infelicidade nos torna frágeis e a felicidade nos faz vulneráveis.
A balança fica descompassada, mas não temos escolha às vezes. Tem dias que enfrentar quem somos e controlar os medos dá mais trabalho que botar os pés para fora de casa e enfrentar o mundo.
Talvez você já saiba de algum modo que eu sou cheia de remendos de todas as minhas entregas doentias e exageradas, sou um potinho de pseudo eternidades que todo mundo já sabia que cairiam por terra,menos eu.
A você que desatará os meus próximos laços mal feitos e provavelmente cuidará das minhas feridas ocultas e expostas, as singulares e as plurais eu desejo sorte, a mesma sorte que eu saberei ter quando sentir que você é o tiro certo da vez.Me sentirei mais sortuda ainda por perceber que mesmo sem saber mirar muito bem, o destino me presenteou com uma chance extra de sentir que agora vai, e não me venha com essa historia de que é a milésima vez, é sempre única, é sempre um mundo novo a ser abraçado.
Venha sem pressa, não se acanhe com os sinais vermelhos, não tenha medo de prosseguir depois dos sinais amarelos, não ache que a vida será fácil demais após os sinais verdes que poderemos ultrapassar, apenas venha,aposto que a gente pode cuidar disso certinho. Podemos curtir o cuidado no tempo livre, podemos reparar os possíveis danos pelo caminho, mas não deixe de continuar a me procurar.
Chegue como uma desculpa qualquer. Pode ser com a famosa “janela errada” ou com a corriqueira “tem isqueiro?” (Mesmo sem saber se eu fumo). Talvez ajude mais aquela do “tem um amigo meu…”, mas de qualquer modo, chegue. Em breve todas as minhas desculpas serão relacionadas a você, a estarmos mais juntos (definitivamente).
Não se preocupe em mapear minhas reações, não se acanhe em não saber lidar com o que virá. Não tenha medo de vir sem se preocupar com o depois. Venha como um todo, não seja a sua melhor ou pior parte quando for embora, seja seu inferno e paraíso enquanto estiver aqui, enquanto estiver por vir.
Fica em silencio, fica sem sentido, fica sem tempo, mas fica.
Mesmo que a gente não saiba para onde ir ou ainda se devemos ir ou não, vem comigo, chega logo.
A gente descobre o resto no caminho.
