O Apagamento Feminino na História

Você conhece Vera Rubin? E Mary Shelley? Úrsula K. Le Guin? Maria Valéria Rezende? Não? Não é à toa. O trabalho feminino, em qualquer área, tem a tendência de ser ignorado e desvalorizado pela sociedade, que prefere dar protagonismo ao trabalho masculino.

Um grande exemplo disso acontece no campo científico. Em mais de 100 anos de prêmio Nobel de ciências as mulheres foram premiadas 18 vezes, e os homens 581. E isso não ocorre por falta de indicações! Só nesse ano, cinco candidatas mulheres das áreas de química, física e biologia eram favoritas ao prêmio. Entretanto, nenhuma foi contemplada.

O mesmo acontece no campo artístico. Um estudo envolvendo o museu Metropolitan de Nova York mostrou que, no ano de 1985, apenas 5% dos artistas com pinturas expostas eram mulheres. E o mais curioso: 85% dos nus eram protagonizados por elas. O corpo feminino estava sendo admirado e exaltado, mas o trabalho não.

A escritora Maria Valéria Rezende, vencedora do prêmio Jabuti com o livro Quarenta Dias, decidiu juntar 500 escritoras, fotógrafas, ilustradoras e editoras em João Pessoa, onde vive. A ideia é compartilhar trabalhos, experiências e ideias para que a sociedade note que as mulheres existem e produzem coisas significativas.

Essa iniciativa ganha ainda mais importância quando percebemos o machismo no campo literário. Quando alguém fala de literatura fantástica ou de ficção científica, por exemplo, nomes como Isaac Asimov, Neil Gaiman e Douglas Adams são rapidamente lembrados. Enquanto isso, Anne Rice e seu livro Entrevista com o Vampiro são esquecidos em tempo recorde. O mesmo ocorre com Octavia Butler e Kindred, que só foi publicado no Brasil esse mês, quarenta anos depois de sua estreia nos EUA.

Então, agora mais do que nunca, ouça essas mulheres. Pesquise sobre, procure, leia. Precisamos mostrar que elas escrevem, pintam, produzem e existem.

 

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