As pessoas se apegam tanto ao óbvio que acabamos tendo vergonha de sair dele por que é provável que nem nos entendam. Eu as vezes sinto uma falta danada de pessoas que se ligam aos detalhes, de quem entende que o dia vai tão bem ou tão mal só pelo jeito que a gente digita, por que intimidade nem sempre quer dizer estar presente o tempo todo.
Com o passar dos dias, percebemos que de nada adianta colecionar sentimentos. Substituímos o “tarde demais” por “nunca devia ter acontecido” ,quase sem querer. Nós acabamos ouvindo somente o que pensamos, por que isso nos conforta de alguma forma. E vamos ter duas ou três vezes o possível amor além da matéria, do tocável, do visível ou até mesmo do invisível – para quem acredita. Pode ser que tudo que está acumulado aí dentro não seja imaturo como a maioria diria.
Embora existam dias em que os sentimentos não nos digam nada, os opostos são iguais somente quando zerados. Portanto, talvez existisse alguém igual a você no instante em que nasceu. De resto, as coisas se constroem minuto a minuto.
E quanto a nós…. É como se vivêssemos em um campo elétrico.
Nossas positividades – não sei como – às vezes nos afastam e, para nosso azar, nem mesmo as negatividades nos aproximam. E agora eu sinto muito se não entendo tanto de física a ponto de tentar te fazer entender o que eu escrevi.
Vivo concentrada enquanto descobrimos o mundo juntos, inventamos assuntos e propagamos sensações. Nos dias em que as mesmas músicas nos arrepiam ou os mesmos assuntos nos amedrontam tudo passa a fazer sentido de repente. Nós trocamos todas as rotas por orientações que preferimos conceber definidas – ao menos mentalmente.
Não se assuste, meu bem: ainda acredito com você e por você.
Se for mentira, nós mudamos as circunstâncias, alteramos as direções dos polos e, ainda assim, vou continuar pensando que seu colo é a minha definição atualizada de céu.
Que eu já não me vejo sem alguém como você aqui,
Bem perto de mim.
imagem: @umcartao
