Você já percebeu que estamos cada vez mais conectados em aparelhados com iPhones, tablets, notebooks, smartphones…. Aparentemente nunca estivemos tão ligados, tão conectados! Em um mundo online nossas relações estão cada vez mais distantes…
Sabemos em tempo real o que nossos amigos, fazem, comem e onde estão. Não existe mais fronteira nem distância! Reencontramos amigos nas redes sociais, fotografamos nosso dia a dia e postamos o que estamos comendo.
Distribuindo e recebendo likes somos mais felizes? A quantidade de visualizações, compartilhamentos e comentários retira-nos da solidão?
É perceptível como o contato intermediado por uma tela substituiu o contato pessoal. Assim nossas relações também foram alteradas. A marca principal das destas novas relações é a ausência de comprometimento.
O descomprometimento virtual avança para o mundo real. O mais incrível é que o pensador que melhor teorizou sobre as relações tecnológicas contemporâneas foi um senhor de 90 anos: Zigmunt Bauman.
Bauman, faleceu em 2017, era um sociólogo polonês. Caracteriza as nossas relações como sendo cada vez mais voláteis, frágeis e momentâneas. Ou seja, “relações liquidas”, com o passar do tempo, estamos ficando cada vez mais superficiais e nosso contato entre os indivíduos é cada vez menor.
Já percebeu que cada vez mais temos dificuldade em criar vínculos?
Talvez a principal característica do mundo online que trazemos para o mundo real é a rapidez de conectar e se desconectar das outras pessoas. Ao mesmo tempo em que criamos “amizades” rápidas, estamos quase ligando um botão em nossa cabeça: “desfazer amizade”, “deixar de seguir” ou “bloquear”.
“Um viciado em Facebook se gabou para mim, dizendo que ele havia feito 500 amigos num dia. Minha resposta foi que eu tenho 86 anos, mas não tenho 500 amigos, então presumidamente, quando ele fala “amigo” e quando eu falo “amigo” nós não estamos querendo dizer a mesma coisa”
Esta frase é relato do sociólogo que pode ser visto neste vídeo gravado em 2011 na Inglaterra para o projeto Fronteiras do Pensamento:
Desta forma, estamos vivendo em um mundo tão maleável e impossível de segurar como água. Por isso, sentimos que tudo muda muito rapidamente; não temos tempo; estamos tão próximos e ao mesmo tempo tão distantes…
Porém, não se engane! Nem Bauman, nem eu, estamos afirmando uma necessidade de recuperar aspectos do passado, mas sim em uma necessidade de reinventar e redefinir os valores da atualidade.
Nada é permanente.
Reflita!
