Manifesto da Espontaneidade – Parte II

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Manifesto da Espontaneidade – Parte II

Mas por que não ser espontâneo é algo sério? Com essa pergunta terminamos a coluna anterior, sobre a qual falamos da importância de se poder criar sua própria trajetória. Vamos agora começar com essa outra pergunta: Afinal, o que é ser espontâneo?

Em uma etimologia que criei, ser espontâneo é ser um ex-ponto, algo que era parado e agora está em movimento, um fluxo. Algo que não impede a continuação, o desenvolvimento, a criação, e que facilita a conexão, a interação. Ser espontâneo é ser mais vírgula do que ponto. E, como vírgula (na minha etimologia, vírgula pode ser sinônimo de vínculo), a condição é estar em relação. Ser espontâneo (também) é dar condições de se vincular e de se desenvolver.

Trabalho com a espontaneidade e tenho ela como filosofia de vida. Mesmo assim, adivinha em que banco do avião fui me sentar semana passada? O mesmo que eu havia me sentado nos últimos vôos, mesmo tendo olhado no bilhete que era um número diferente. Não podemos confundir a fluidez com o automatismo.

O primeiro, carro-chefe da espontaneidade, leva em conta o “ao redor”. Há pedras, árvores e, quem sabe, elefantes, ao longo de um rio, que ainda pode ser interrompido ou desviado por diversos fatores próprios e externos. Mesmo com todos os percalços, o rio não deixa de ser rio, fluido, e segue seu curso (como essa nascente, na Chapada dos Guimarães). A fluidez permite a reflexão e ao mesmo tempo destrava as emoções, nos permitindo sermos mais espontâneos.

Já quando estamos no modo piloto automático de um avião, por exemplo, não precisamos de esforço algum para levantar todo aquele trambolho – aliás, no meu último vôo, acho que o piloto se esqueceu que haviam 137 pessoas a bordo e praticamente jogou o avião no chão ao pousar. O tal “nem pensa, só vai” sem levar em conta o quê, o quando, o quem nos desconecta das pessoas, dos lugares e, imagine só!, de nós mesmos. A importância de estarmos conectados com nós mesmos? Conseguir saber o que queremos para irmos atrás. Se empoderar de você mesmo é não deixar ninguém decidir algo por você.

E é aí que entra a espontaneidade: levar em conta você mesmo te ajuda a perceber o outro, que por sua vez se sente percebido e te reconhece como alguém, com necessidades, desejos, valores só seus.

A espontaneidade é uma saúde contagiosa! Tomemos cuidado: o automatismo também. Se você quer viver com a autonomia de pensar em aviões ou elefantes quando achar pertinente, e com a tal liberdade que estende a do outro ao infinito (Bakunin, obrigada por essa!), esse manifesto é para você. Felicidade, e feliz espontaneidade!

 

Quer ser vírgula ao invés de ponto? Seja espontâneo com o Grupo 3 de Nós! Entre em nossa página e saiba mais 🙂 https://www.facebook.com/grupo3denos/

 

Leia mais: Manifesto da espontaneidade | Parte I

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