A magia do Natal são as pessoas que fazem acontecer

Essa semana fui comprar as roupas de Natal com a minha família e fiquei pensando no motivo que nos vestimos para ficar na sala com a família

Natal… Final de ano, final de ciclo, reencontro… É mágico.

Desde que me conheço por gente, o Natal (com N maiúsculo, por ser a data mais importante para os Bergantins) é comemorado junto, na casa da minha avó. Antigamente éramos todos católicos, esperávamos dar meia noite, nos abraçávamos e, como eu e meus primos éramos pequenos, descíamos para o parquinho para esperar o papai noel pousar o seu trenó no telhado do prédio e descer as escadarias… todo ano ele escolhia um prédio diferente para descer (Ahh, a delícia da inocência. Os vizinhos eram maravilhosos e deixavam algum adulto ir se vestir lá!)

Quando o papai noel chegava, que festa! Ele trazia presentes para todas as crianças, até para aquelas que não sabíamos que viria… ele tem poderes mágicos! (Caixas de bombom, bolas e bonecas em embalagens bem diferenciadas resolvem este problema)

Esperávamos ansiosamente, sem comer nada da ceia (só roubando os docinhos da geladeira, ninguém é de ferro), para seguir todo o ritual. Minha avó sempre foi muito rigorosa com isso, mas os olhos dela, a alegria quando chegava a hora, até mesmo os pulinhos… Demorei muito tempo para perceber que a Magia de Natal tem nome, sobrenome e cabelos ralos… Daisy Bergantin.

Ela é a Magia… É ela quem junta dinheiro o ano todo, se prepara para a ceia, compra meias, calcinhas, cuecas para a família toda. Sorteia cestas de natal com dinheiro surpresa dentro (varia de 5 a 50 reais). É ela!

Quando minhas tias se converteram para novas religiões, não era permitido comer nada da ceia de natal depois da meia noite. No primeiro ano quase deu briga, mas ela resolveu que a ceia de natal seria mais cedo, por ela estava ficando ‘velha’ e também sentia fome antes, agora começamos a comer na hora da janta mesmo, os doces ficam pras 23h e meia noite é a entrega de presentes.

Ela soube adaptar. Ela soube apaziguar. Ela soube levar as filhas que tem. A filha briguenta, a mandona e a hippie (vulgo minha mãe). Dona Daisy faz a ceia aberta para quem quiser ir. Ela não convida ninguém há anos e sempre estão as mesmas pessoas. Não precisa convidar, se algum parente não sabe onde vai passar, aparece na casa da minha avó que vai ter a ceia e um presente (provavelmente uma caixa de bombom). Se algum vizinho se sentir sozinho, ela vai lá bater na porta meia noite e vai abraçar e entregar um pouquinho da ceia. Nunca faltou comida. Nunca faltou presente. Nunca faltou alegria.

Ela fez, faz e fará acontecer. A minha magia de natal acontece próximo ao horto florestal de São Paulo, todos os anos.

E sim, é mágico, é alegre, é único. Nada substitui o Natal da casa dos Bergantins.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *