A importância do sentir

Mulher olhando para fora das grades

O quão estamos realmente vivendo nossas vidas?

Vivemos atualmente em uma sociedade em que nos são impostos padrões de comportamento a todo momento. Não nos é dada abertura para expressarmos (e sentirmos) nossas emoções a fundo.

Rimos no celular, nas mensagens “kkkk”, mas nosso semblante permanece inalterado: não podemos rir diante dos outros, no meio do metrô lotado. Não conseguimos abrir um sorriso de alegria ao relembrar um momento gostoso gostoso do passado: ora, o que os outros vão pensar de mim?

Não podemos ficar tristes: todos nas redes estão lindos e radiantes. E se ficamos tristes um outro virá nos questionar: você tem tudo na vida, está reclamando de barriga cheia, levanta a cabeça que não pode perder tempo com essas bobagens.

Quantas vezes seguramos a lágrima pela vergonha de o outro nos ver chorar? Quantas vezes, por um certo receio, não conseguimos defender claramente nossas posições, ideais, projetos? Temos medo de um futuro, de um algo que pode sequer acontecer.

De fato, precisamos em algumas ocasiões sermos cautelosos com relação a atitudes que possam nos prejudicar ou a terceiros. Porém, devemos viver com intensidade e clareza as nossas vidas, e não ficarmos presos às expectativas de qualquer pessoa. O risco do fracasso também existe, mas ele não pode nos impedir de viver.

Quantas vezes não podamos nossos desejos por causa do outro? Em quantas ocasiões somente pensamos naquilo que o outro pode achar de nós se não seguirmos aquele manual que nos é imposto? Um outro que muitas vezes não me conhece e nunca mais me encontrará na vida…

Sempre nos tolhemos por receio do julgamento do outro. Raramente pensamos em nosso próprio julgamento para conosco mesmos. Com um breve olhar para o passado percebemos que poderíamos ter agido de outro modo, ou ter vivido as sensações mais intensamente, curtindo o sabor e cultivando o apreço por cada momento da vida.

Se não conseguimos sentir (e demonstrar) plenamente nossos sentimentos, nossos medos, anseios, alegrias, não estamos vivendo por inteiro. Pois como disse Sarah Westphal, “quem quase amou, não amou”.

 

(Créditos da fotoChristopher Windus on Unsplash)

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