Eu já fui muitas, hoje sou diferente

hoje sou diferente

Já fui Clarice, Malu, já fui filha, já fui órfã, fui mãe, mulher, já fui nada! Eu já fui muitas, hoje sou diferente. Hoje eu sou isso aqui, hoje eu sou tudo isso aqui, tudo que sou. Eu mesma, mudando ainda, mas mudando em vários “eus” dentro de mim. Hoje eu sou diferente.

Eu já fui…

Eu já fui criança feliz, que brinca na aguá da vala, na pracinha da rua, já tomei bronca por nada, já quebrei a maior parte dos ossos do corpo, até aqueles que não deveriam quebrar… eu quebrei!

Já fui adolescente rebelde, fumei maconha na porta da escola, já tive várias religiões, fui até wicca, como todas as meninas mais acanhadas da minha idade, já quis namorar o cara que ia na porta da escola e já fui para casa com medo depois da aula, mas também já fui popular.

Também já fui uma filha ruim, já tive uma mãe que gostava de chamar atenção só para ela, já tive um pai ótimo, mas as vezes eu não tinha tempo para ele.

Já fui morar com a minha tia, com a minha vó, e com 16 anos fui morar sozinha, eu já fui uma casa no alto do morro com um colchão e uma caixa de isopor!

Eu já fui uma funcionária exemplar que apanhou da “patroa”, eu já fui a menina que quebrou os vidros da loja durante a noite depois disso.

Eu já fui a vontade de ser mãe, custe o que custar. Eu já fui mãe e não quis amamentar.

Eu já fui empresária, tive dinheiro e também já fui a falência de 2 empresas.

Já fui depressão por isso, já fui forte para subir de novo, já fui sangue para sorrir por fora.

Já fui mulher sozinha, já fui um olhar na janela vazia, já tive o peito sem nada e já fui picos de alegria. Já fui a noite em claro cheia de pensamentos.

Eu já fui louca, já fui na Augusta de madrugada, já fui em lugares que foram esquecidos e lugares que são cartão postal.

Já fui o Brasil todo, já fui trabalho do Sul até o Norte todo, já fui lugares lindos que só vi da janela do avião.

Já não tive memória para maldades que passaram, e já fui pura vingança do escorpião, já fui inimiga de muita gente, e já coloquei muita gente no meu caderno de ódio.

Já perdi esse caderno, mas já fui a lembrança disso arquivada.

Já não fui nada e fui tudo!

Já sai sem rumo e sem vontade de voltar e voltei 15 minutos depois.

Já não quis e fiz mesmo assim, já quis e não fiz. Já fiquei em dúvida e não decidi nada, já me arrependi e já disse que estava tudo bem. Já fui o “não tão bem assim”.

Eu já fui muitas, hoje sou diferente

Hoje eu não sou nenhuma dessas que já fui, hoje eu posso ser qualquer uma, mas eu sou apenas isso.

Eu sou amor, sou sorriso verdadeiro e sou lágrimas de vez em quando.

Sou aquela que não se importa, sou aquela que gosta de sol fraco e dias bucólicos, sou aquela que espera pela volta do Mecenas, e acredita em futuro melhor.

Sou diferente, sou eu mesma, sem rótulos ou nomes de tribos, sou aquela que eu quis ser, aquela que eu deveria ser e aquela que deveriam amar assim, aquele que me ama, ama o meu eu, não tenho cercas e nem muralhas na minha volta.

Sou eu, por eu mesma, mas pode ser que amanhã eu seja diferente.

Eu continuo sendo uma pessoa por dia, cada dia eu mudo, cada dia eu quero ser um eu melhor, quero ser tudo que eu já fui, um arquivo de eu mesma, um legado do que posso ser e ser toda eu sempre!

 

Leia Mais: Trabalhando com Prazer | Minha história

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *