E depois das cinzas?

E depois das cinzas?

O que restou?

O que nos restou?

A dor e a saudade resolveram me visitar, apertou, sofri a dor de uma perca, fui humana, o luto reviveu.

Parecia que era eterna a imensidão de tristeza que tomou conta do frágil coração.

Mas passou. Ou melhor, me perguntei se passou realmente.

Consegui lembrar de tudo que vivemos juntos, tive saudade, mas me conformei e volto a me conformar que você está bem. Encontrou conforto. Encontrou descanso. Desprendeu-se das enfermidades terrenas e efêmeras.

Respirei fundo, consegui aguardar o equilíbrio emocional de um novo dia.

Amanheceu um novo dia

Raiou sobre a terra a gratidão dos que já se despediram desse plano e foram carinhosamente homenageados e recordados.

Eu consegui entender novamente que você já não está mais aqui, mas nunca saiu de dentro de mim.

O sol é singelo, mas seus raios nos confortam como abraços que falam mais do que palavras.

Nem o eu mais lírico conseguiria expressar em poesia a dor de quem perdeu alguém querido.

A mãe que não se despediu do filho mas se sentiu próxima dele por alguns instantes.

O melhor amigo que foi embora naquele carro sem dizer adeus, os momentos que não foram vividos, mas in memoriam ainda parece que vão acontecer a qualquer momento.

As lembranças foram lindas, confortaram e a dor já parece mais amena.

Vai rolar aquele abraço apertado, vou te contar aquela história, vou falar como ficaram as coisas por aqui.

Tudo isso enquanto não montaram um esquema de visitas por aí, agradeço suas visitas, sentidas mas não vistas.

Novamente a pergunta fica no ar, mas dessa vez, sem resposta física.

E depois das cinzas?

Não tem muito mais o que falar. É preciso sistematizar os sentimentos: sentir, passar, continuar.

Vamos juntos, como sempre e para sempre.

A alma chora. O coração pulsa. O cérebro informa “Já passou”.

Em breve nos reUNIRemos novamente!

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