Do que deixei morrer em mim

Photo by Siim Lukka on Unsplash

Não à toa, essa crônica vem bem no dia dos mortos. Trata-se de uma celebração de tudo aquilo que luto para deixar para trás.

 

Sempre aprendi que por ser do signo de Escorpião, era ligada aos renascimentos. Minha vida sempre foi ligada a eles. Morrer e reviver sempre fez parte de uma quase sina. Metaforicamente falando, sempre aprendi, como diz Cecília, a me deixar cortar e voltar inteira. Nunca tinha percebido o quanto nasci bem próximo do dia dos mortos e, talvez pela primeira vez, resolvi celebrar essa data. Decidi pensar no que deveria deixar para trás para receber toda a vida nova que ganhei de presente, mais uma vez.

 

  1. Conviver com pessoas más

Quase inevitável. Convivemos forçadamente e a todo instante, no trabalho, na roda de amigos de amigos ou dentro da própria família. Mas vale o esforço. Afastar-se de pessoas más te traz mais disposição para a vida. Tem gente que tem um grande apego ao poder e faz o que pode para passar por cima de quem quer que seja. Dar um basta faz um bem danado. Até pra pele.

 

  1. Lidar com gente mimada

Em cada bom grupo que se preze tem um. Geralmente ganham tudo de mão beijada e, de forma controversa, supervalorizam o esforço. Os machos e fêmeas alfa fazem da vida uma extensão dos palquinhos de casa e acreditam que se alguém lhes ameaça roubar o papel de protagonista, armam uma guerra. Corra pras montanhas!

 

  1. Deixar alguém te definir

Para mim, a melhor forma de definir alguém bem resolvido é dizer que aquela pessoa se define. Deixar para os outros esse papel é cair na armadilha da insegurança. Quando não somos capazes de erguer nossa voz, alguém se acha digno desse papel. Geralmente, são pessoas que se encaixam nos dois pontos anteriores. Fale bem alto e pra longe delas!

 

  1. Deixar de se preocupar com as coisas grandes

Uma vez me pediram para fechar os olhos e imaginar o que era mais importante na minha vida. Depois, ainda de olhos fechados, perguntaram com o que eu mais tinha me preocupado nas últimas semanas. Chocada, percebi que as duas respostas não coincidiam. Focar naquilo que importa não só te move para a frente como faz suas ocupações terem sentido.

 

  1. Deixar pra lá quem não acrescenta

Quando eu era pequena, minha mãe dizia que não era para dar presente bom para quem não tinha feito isso comigo no aniversário anterior. Longe de me ensinar uma vingancinha, hoje penso que de forma metafórica o que ela me ensinou foi sobre o filtro do embrulho vazio. Neste último ano percebi o quanto de gente humana, linda, incrível e batalhadora esteve presente, me fortalecendo e acrescentando, mesmo nas redes sociais. Valorizar essas pessoas incríveis te faz não sentir falta de quem não agrega.

 

  1. Fazer o pessimismo dominar seus dias

Conheço pelo menos duas mulheres lindas, incríveis, inteligentes, que não conseguem ouvir uma notícia boa de alguém sem rebater imediatamente com um problema. Não creio que sejam pessoas más, só não conseguem baixar a guarda para a felicidade. Não há nada de errado em ponderar desvantagens de algo, mas ser caça-níqueis de defeitos é cruel. E mais, é contagiante. Deixe a zica do pessimismo de lado.

 

  1. Esquecer-se de inspirar

Tenho uma amiga que me manda fazer 10 inspirações, seguidas de 10 expirações, quando as coisas não vão bem. Difícil ser a mesma depois desse exercício. Difícil que algo continue me preocupando tanto depois desse exercício. Decidi acoplar à técnica o pensamento de  que estou inspirando coisas positivas e deixando ir embora aquilo que, vá lá. Minha amiga me inspira, muito e tanto, que decidi fazer a promessa de que não ia deixar de inspirar e expirar. Mas também não ia me esquecer de me inspirar em todas essas pessoas incríveis que passam pelo meu caminho. Me inspirar com todos os bons hábitos, os grandes aprendizados. O resto, bem, que vá lá, junto com a expiração.

 

Também escrevo no Blog Salto Baixo: http://tatilazz.blogspot.com
Me acompanhe no Instagram: www.instagram.com/tati.lazz/

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *