Ninguém para pra pensar sobre as coisas que a gente espera da vida e ela provavelmente espera da gente.
No táxi esses dias eu fiquei pensando que louco seria se a vida se transformasse em uma pessoa e fizesse surgir um bate papo corriqueiro sobre as expectativas dela para a minha pessoa. Deixando claro que ela já me deu bem mais que três meses de período de experiência e uma quantidade absurda de chances que ultrapassam até o imaginário que supostamente atribuiríamos ao que os dedos são capazes de contar. Como é que seria explicar que em inúmeros dias a gente não faz ideia do que fazer com relação às oportunidades que ela tem nos dado?
As pessoas se apegam tanto ao óbvio que acabamos tendo vergonha de sair dele por que é provável que nem entendam.
Eu ultimamente sinto uma falta danada das pessoas que se ligam nos detalhes, de quem costuma entender a gente quando estamos diferentes até no jeito de digitar pelo celular. Isso prova que intimidade nem sempre quer dizer estar presente fisicamente.
Não adianta elaborar um altar para as coisas e pessoas que a gente insiste em fazer viver enquanto sabe dentro da própria mente e do próprio peito que estão destinadas ao não. É necessário parar de inventar um sim, para que a experiência não fique tão frustrante se a gente decidir parar no meio do caminho e ir caminhando sozinho o resto de outra rota que quisermos escolher. A exaustão de tomar fôlego por precisar de paz de espirito é mais cruel do que criar uma zona de conforto de mentira. Cruel com nós mesmos.
Amor é ajuda. Amor é solução antes mesmo da possibilidade das duvidas. Amor é silencio na ausência e na presença. Amor é dar voz ao que não nos dizem, mas acabamos entendendo. Amor é ser e estar ainda que existam outras pessoas e lugares. Amor é valorizar o estar aqui ou ali. Amor é ir e vir e ainda assim escolher ficar sem que tenham que te pedir. Amor é companhia. Amor é onipresença.
imagem: @umcartao
