CONCLUSÕES SOBRE SER MÃE DE GATO

CONCLUSÕES SOBRE SER MÃE DE GATO

Nunca fui fã de gatos. Sempre amei cachorros, apesar de ter um pouco de medo pois fui atacada quando criança, mas gatos nunca me seduziram muito.

Tive cachorros maravilhosos no decorrer da minha vida, uma vira-lata puro amor chamada Princesa, que viveu toda minha infância e adolescência do meu lado, companheirona, amável e fiel. Tivemos por pouco tempo um demônio da tasmânia, da raça dálmata, chamada Bianca, um dia ainda escrevo sobre apuros com cachorros e com certeza terei muitas histórias sobre ela. E tive a minha Moon, minha shitzu, serzinho de pelo que eu mais amei na minha vida, e que por amor abri mão da guarda, hoje ela é a Bella e vive muito bem e feliz com outra mamãe que também a ama muito. Teve a Mione que é de um amigo com quem dividi casa e que é o cão mais alegre que eu já conheci, linda de viver.

Hoje, eu tenho 3 cachorras, a Mocinha (vira-lata), a Lolô (vira-lata) e a minha mamuta Chiara (pastor alemão). Mas não vou falar sobre elas hoje, tô aqui pra falar de outro amor, um amor que ronrona.

Há mais ou menos um ano e meio atrás eu comecei a pensar em ter um gato, eu dividia casa com um amigo que tem uma cachorra, e ela é ciumenta, então achei que mais um cachorro traria muitas disputas e seria estressante pra ela, eu queria um “nenê” pra chamar de meu e, um gato, por quê não?

Comentei sobre isso com várias pessoas e um belo dia uma amiga me marcou em uma postagem sobre um gatinho para adotar, foi amor à primeira vista, senti meu coração acelerar e decidi que ele seria meu. Entrei em contato com a ONG e comecei a conversar com a minha Fada dos Gatos, a Graziela. Corre pra telar toda a casa, preparar tudo para ele chegar e ele veio, o meu Senhor Darcy (nome inspirado no personagem da obra de Jane Austen Orgulho e Preconceito), um frajolinha lindo de pelo longo e hipnotizantes olhos verdes. Eu automaticamente passei a me sentir mais feliz, me senti mais completa, plena, realizada. Ter aquele filhote, peludinho e ronronento na minha vida me trouxe uma alegria que eu nunca achei que teria com um gato. Meses depois quando percebi que meu coração era grande demais para um gato só, comecei a falar com a Grazi sobre adotar mais um. Meu marido percebendo isso me fez uma surpresa com a ajuda da Grazi e eu ganhei a Madá, (Sandra Rosa Madalena), minha pretinha de rabo quebrado, pelo longo e zoinhos verdes cheios de amor, super arteira e ativa.

 

A adaptação foi rápida e logo todos viviam em harmonia, nós, a Mione e os gatos, mas como a vida é uma doideira acabei decidindo vir pra Campinas para morar com o marido. Filhos vieram juntos.

Aqui a adaptação foi muito difícil (ainda é, as vezes), porque as cachorras não estão acostumadas com gatos e são muito ciumentas, principalmente a Mocinha. Mas entre mortos e feridos estavámos todos bem, até que meu mundo desabou…

A casa não era totalmente telada, então os gatos podiam sair livremente pro quintal e os dois amavam explorar o espaço. Numa noite fui dormir sem o Sr. Darcy ter voltado, acordei com a minha cunhada chamando (ela mora numa casa acima da minha e dividimos o quintal), meu Darcy, meu filhinho estava morto no quintal dela, envenenado, morto pela maldade de alguém. Meu mundo desabou completamente, ele era meu companheiro, meu protetor, meu filhinho de patas e ele foi arrancado de mim. Foram noites sem dormir, a casa toda trancada pra Madá não sair no quintal, cachorras estressadas por estarem presas, marido estressado pela casa fechada, e eu só sabia chorar.

A Grazi me ajudou muito, mesmo, ela me fez ver que não foi minha culpa e que o quanto eu pude eu fui uma ótima mãe para o meu Darcy, mas ficou um vazio, a Madá parava do lado do prato de comida e chorava chamando o irmão, ela não entende né, porque o irmão sumiu.

Telamos toda a casa, porque estava insuportável viver com tudo fechado, eu fui melhorando a cada dia, e depois de muito pensar resolvi que queria dar amor para outro gatinho, afinal, tínhamos uma vaga aberta e, por quê não preenche-la?

Procurei a Grazi e começamos a falar sobre opções de peludos disponíveis. Eu queria uma fêmea e que fosse bem novinha, para ajudar com a adaptação aqui em casa. Foi automático ela me falar da Meredith (sim, sim Grey’s Anathomy). E quando ela me mostrou aquela coisinha de 300 gramas, branquinha e de olhos azuis eu a quis.

Fomos buscar ela onde ela estava em LT de moto (sempre andamos com a Madá de moto, até conseguirmos telar a casa, sempre que íamos para São Paulo ela ía junto), estava muito frio, pegamos ela e eu mal consegui olhar pra ela direito porque estávamos no meio da rua.

Chegando em casa foi o inferninho de novo, Madá indignada deixou automaticamente de ser meu grudinho e virou grudinho do pai, e a Meredith, ah a Meredith! Descobri que ela não era toda branquinha, tem o nariz Laranjinha e o rabo listrado laranja e branco. Chegou aqui pesando meio quilo e cabendo na palma da minha mão, tínhamos que levar ela pra fazer as necessidades e alimentar de 3 em 3 horas. Desde o primeiro dia ela dormiu na minha mão, sempre foi um grude só, morde a mão pra pedir carinho, esfrega na gente, mordisca o nariz e ronrona, como ronrona, parece um mini motor ligado 24 horas por dia. Hoje em dia vivemos quase em paz, ainda rola uns arranca rabos mas estão cada vez menos constantes. Meu dia a dia não é fácil por causa das dores mas minhas gatas me ajudam demais a ficar melhor. Me dão muito carinho e amor e preenchem a casa correndo pra lá e pra cá brincando, inclusive a Meredith não para, é super arteira e curiosa, brinca com tudo o que vê e sempre está disposta a receber um cafuné.

Toda essa história que eu contei, é pra ilustrar como eu cheguei a alguma conclusões sobre ser mãe de gato, que são:

  • Gatos são independentes e têm seu próprio tempo, não adianta forçar colo ou esperar que eles obedeçam;
  • Gatos estabelecem uma rotina e ai de você humano se não manter a mesma, eles vão miar miar miar até você levantar para fazer o que eles querem;
  • Gatos não fazem festa quando você chega;
  • Gatos resmungam muito;
  • Quando o gato quer carinho ele joga seu celular no chão;
  • Se ele quer dormir segurando sua mão dê sua mão pra ele;
  • Gatos percebem quando você não está bem e se tornam mais carinhosos e próximos;
  • Gatos são companheiros leais sim;
  • Não gaste seu dinheiro com brinquedos, eles enjoam rápido e são capazes de brincar com qualquer coisa;
  • Gatos amam tomar água direto da torneira;
  • Quem tem gatos não tem privacidade no banheiro;
  • Gatos são amor, e são viciantes, você sempre quer mais um.

One thought on “CONCLUSÕES SOBRE SER MÃE DE GATO

  1. ERIKA LOPES EMRICH PORTILHO says:

    Amei seu texto e seus gatos. Me emocionei com o Senhor Darcy e por saber que você tem fibromialgia. Duas amigas minhas também têm. Deus abençoe você e seus babies. 🙏🏼

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