Aqueles detalhes que não podemos perceber por não estarmos atentos ao nosso redor.
Vivemos sempre ocupados, preocupados, tentando preencher cada minuto de nosso tempo, sem nos darmos conta da presença ao nosso redor. E das sutilezas e pequenas alegrias que podemos encontrar.
Da presença das pessoas. Da presença das coisas e dos seres. De uma contente senhorinha carregando uma criança. E perceber a beleza de ambos. A inocência da criança, descobrindo os sons, as diferenças entre as cores, a profundidade das formas. A força da senhora, que apesar de tanto sofrimento passado e que marca seu rosto, não perde a vontade de viver.
E somente ontem eu me dei conta de que sempre alegra meu dia ver um cachorro feliz brincando. Ainda que seja um sofrido cachorro de rua, feliz com o apressado passante que não o conhece. Desde então vou tentando ver cada sutileza ao redor.
Ver que apesar da praça poluída existe uma verde árvore respirando. E algumas borboletas colorindo o seu redor. Que apesar da fumaça que sufoca, os pássaros continuam seu cantar na saída do metrô da Praça da Sé.
Ver que apesar da indelicadeza das pessoas, outras não se negam a ajudá-las. Que só a chuva nos traz o arco-íris. E ver que ainda há flores pelo caminho… ainda que outros tantos insistam em lhes pisar.
Pois somente assim conseguimos seguir em frente, no meio de tanta coisa ruim, tantos desastres e tragédias, que enublam nosso cansativo dia. E com tantos motivos para desistir de tudo, olhar as pequenas coisas boas da vida, como o calor do sol da manhã nestes frios dias de outono, é o que nos dá esperanças de continuar.
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