Antes que seja tarde…

Quem me conhece (ao menos um pouco) sabe sobre os meus problemas com a tecnologia, especificamente com produtos eletrônicos indispensáveis para os dias atuais. Não tenho sorte com celulares, muito menos com computadores. Já fiquei muito desapontada, mas, atualmente, sei conviver melhor com isso porque só de conversar com quem me dá saudades por conta da distância ou acompanhar a evolução/mudança dos amigos por meio das redes sociais, sabe me sacia.

Raramente ligo meu computador em casa. O motivo? Primeiro por passar o dia todo utilizando um. Então, tento não alimentar essa necessidade em casa. Depois porque minha bateria não funciona se não plugar o carregador na tomada e isso me dá uma baita preguiça, mas, hoje, eu precisei ligar para estudar. Ligo mais por que a necessidade ultrapassa a vontade como em muitas outras coisas na minha vida.

Tomei um susto quando o danado solicitou uma reinicialização do sistema que exigia que tudo fosse apagado. Não entendo muito bem dessas coisas, mas apertei o “accept”. Estava com pressa para começar a estudar porque contabilizei o tempo estimando para terminar e o quanto ainda poderia dormir (faço isso todos os dias porque meu hobby é dormir). E então, em poucos segundos, bateu aquele arrependimento. Pensei em todas as fotos que estavam salvas. Revivi tantas memórias em seis ou sete minutos (enquanto esperava o bonito do computador reviver) e me assustei.

A morte, no sentido figurado da máquina, fez com que me sentisse mais viva de uma maneira estranha. Fiquei pensando no quanto me apego a momentos que lembro com carinho e o quão bom seria revivê-los além das fotos. Pensei que deveria usar mais o GPS e matar a saudade dos momentos lindos que vivi nessas fotos, das pessoas incríveis que acabaram guardadas aqui. E eu quase não penso nisso porque me preocupo demais pensando como a minha rotina é cansativa.  E nada deveria me cansar mais do que ter menos medo ou preguiça de viver de novo.

As pessoas mudam fisicamente e mentalmente. Tenho certeza disso. Mudamos todos os dias, mas e dai? Eu vivo me apaixonando pelo novo mesmo…
Não adianta esperar que sobre uma graninha para a passagem nem que chegue o feriado prolongado para viver tudo de novo. Mês que vem provavelmente não sobrará aquela grana que sempre colocamos como empecilho, nem perderemos os quilos indesejados para parecermos mais apresentáveis e mais seguros de nos mesmos.

Eu estava falando da empatia de almas, do conforto dos abraços, tapinhas e beijos estalados no rosto, na ponta do nariz, na testa ou na mão. Adoro todas essas fotos, mas quero algumas novas. Quero arquivar mais momentos lindos na memória e sentir o coração angustiado na pré-lembrança. No final das contas, eu consegui reiniciar o computador e não perdi nenhum arquivo, muito pelo contrário: ganhei vontade de viver de novo.

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