Algumas coisas precisam morrer para aprendermos a viver novamente

Por quantos lutos seu coração passou e permaneceu firme?

É difícil mensurar. Sempre que morre algo que parece nos manter vivos é como se a dor não fosse cessar nunca. Somos tomados por um vazio que não parece ser algo possível para que se veja a olho nu.
Temos, e criamos muitas vezes, inúmeras soluções para manter coisas que nos matam pouco a pouco a cada dia, mais  vivas. Pensamos que aquele é o nosso termômetro referente à sobrevivência.

De repente a temperatura muda,os planos mudam e as pessoas também. Fica absurdamente complicado aceitar que de repente pode existir vida sem o que a gente pensa ser o que nos rege. Esquecemos que ainda nos resta a nossa própria companhia.

Negamos que fechamos algumas portas pra abrir uma brecha, para que a felicidade tente se enturmar com todas as coisas lindas que ainda habitam em nós, embora pareça que tudo está muito apagado,quase impossível.

Em seguida ficamos com raiva. Raiva por ter levado longe demais,por ter envelhecido anos em meses,raiva por não entender que o para sempre precisa acabar para alguns por que nem todo mundo acredita em conto de fadas, nem todo mundo quer um final feliz ou a eternidade.

Tem muita gente em busca de viver o agora fazendo com que seja seu próprio “para sempre”.

Nos iludimos. Prometemos muitas coisas a nós mesmos, fazemos propostas tão tentadoras quanto nossas dúvidas e incertezas para amenizar a sobrevivência, com a ausência exposta. Buscamos nos mostrar mais fortes e parecer menos feridos.

Descobrimos na barganha um escudo e na resistência, uma camada que nos protege do resto do mundo.

Ficamos tristes demais para entender. Fica difícil aceitar que não queremos viver para ver a morte de tudo o que idealizamos como perfeição até então.

O mundo desaba,mas precisamos entender que a falta de alguém não pode significar a falta quem somos ou ainda podemos decidir nos tornar.

As cicatrizes são a prova de que passou por você,passou por aí. É ciclo fechado. Nem a sua pele quer a ferida aberta de novo.

Somos condicionados a aceitar apenas remendos na eterna colcha de retalhos de nossas vidas, pois aprendemos a costurar nos dias bons e ruins, soluções mais praticas do que a reinvenção. Precisamos aprender a nos preparar para jogar tudo isso fora e produzir empiricamente algo tão resistente quanto temos nos mostrado.

Então, desejo apenas que a reincidência dos nossos tombos por arriscar seja maior que a culpa deste ‘’pode ser’’ danado que nos manteve inertes até agora.

 

2 thoughts on “Algumas coisas precisam morrer para aprendermos a viver novamente

  1. Lívia Casado says:

    Sou completamente apaixonada pelos texto da Bia Giglioli. Me faz sentir aquecida, me faz entrar em contato com todos meus sentimentos, até aqueles menos acessados por mim.
    Parabéns, Bia e obrigada por aquecer sempre meu coração!!
    Sou sua fã n° 1.

    SUCESSO!!!!!

    • Bia Giglioli says:

      É um prazer imenso ter comentários como este aqui! Obrigada pela força e pelo carinho, isso sempre nos ajuda a seguir em frente! Continue acompanhando os textos semanalmente e apareça sempre que der! um beijo enorme <3

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