Ser mãe é ter altos e baixos… bem baixos

Ser mãe é ter altos e baixos

Baixos… bem baixos

Eu não ia escrever nada.
Não estou disposta. Estou exausta. Meu corpo dói.

Me sinto criando uma criança sozinha, mas esse é o maior egoísmo que eu poderia ter. Meu marido tem trabalhado enlouquecidamente pra nos sustentar. Tudo o que ele quer é que eu possa amar e cuidar do nosso filho sem precisar me preocupar.

Tem dia que sinto inveja. Eu queria trabalhar. Ver gente, me ver.

Eu anulei minha vida no dia 17 de janeiro de 2017. No dia seguinte era meu aniversário e eu só conseguia olhar pro meu pacotinho ao lado da cama. E desde então eu só o vejo.

Eu escovei meus dentes as 14h. Nem me incomodei como seria antigamente. Tinha que preparar algo pra comer, tinha um bico pra fazer, mas o bebê queria abraçar a mamãe dele. E ele me abraçou quase que o dia todo.

Quando coloquei ele no cadeirão pra que eu pudesse estender as roupas no varal, ele chorou. Ele sofreu a minha ausência.

E eu, egoísta, senti raiva! Meu Deus, senti raiva de um bebê de 9 meses! O meu bebê.

Queria ser essas mães maravilhosas que dão conta de tudo, levantam cedo, arrumam casa, bebê e são felizes o tempo todo.

Eu estou exausta.

Descobri, durante o banho de 5 minutos, que eu não amo a vida. Eu não tenho aquele amor pela vida que faz as pessoas quererem viver intensamente cada segundo do dia e aproveitar tudo. Eu tenho amor pelas pessoas. Pela quebra de rotina, pelos detalhes… mas não amo a mim mesma.

E eu me cobro diariamente. Quero ser uma mulher melhor. Uma mãe sensacional. Mas hoje só penso que eu queria muito ter dinheiro pra colocar o bebê na creche e ter uma vida.
Pietro não me obedece, me afronta, mas me ama demais. E eu o amo sem medidas, mas questiono a minha capacidade de ser mãe.

Eu não queria escrever.

Estou sentindo o sabor amargo da decepção pessoal e estou aborrecida. E por esse mesmo motivo tive que escrever…

Ser mãe é ter altos e baixos. Querer jogar tudo pro alto.

Ser mãe é questionar todos os dias a qualidade do nosso trabalho em período integral, sem pausas ou folgas.

Questionar é querer melhorar…

Ninguém disse que seria fácil.

Mas bem que eu queria mesmo um ansiolítico ou um antidepressivo pra dar uma pausa pra esse cérebro que pega fogo.

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