E aí nossas vidas se cruzaram…

E aí nos conhecemos na internet. E aí que eu nem dei muita importância. Pensei “Olha ela se jogando pra mim. Conheço esse jogo, não vou cair nessa.”, mas o papo é bom, então tudo bem se nos falarmos. Bom, talvez eu esteja interessada… de leve. “Porque essa moça está me cercando? Nem moramos na mesma cidade, tá na cara que nem da nada.” E do nada o telefone toca, é ela, e junto da ligação vem um frio na barriga que nem deveria acontecer. Nem 30 segundos de conversa, foi só um “oi” bem tímido. Que voz gostosa, que sotaque bom de ouvir. “Mas porque mesmo esse frio na barriga? Deixa pra lá. Um encontro? Bom, são só alguns quilómetros, ela é muito agradável, vou lá.”

Estava tudo bem tranquilo, até chegar o dia. Acordei tensa, sei lá porque. É só um encontro, para que essa bobeira?” Bem, ela pode não gostar de mim. E daí? “E daí que eu quero que ela goste, por algum motivo, não sei qual”. Algumas horas me arrumando, decidindo e desistindo de roupas. Enfim, não tem mais tempo, é melhor ir, tem estrada pela frente. Cheguei! Cadê você? E ela apareceu. O coração veio na boca. Que mulher linda. “Esquece, ela nunca vai gostar de mim.” Bom, ela sorriu. Sorrir é sempre bom sinal, ou será que não é nada? “Ai Deus, tem que ser um bom sinal.”

Eu e minha timidez, eu e essa babaca timidez.

Converso sobre as coisas mais irrelevantes, não consigo olhar diretamente nos olhos dela. E que olhos! Duas bolas de gude enormes, vivas, verdes e me olhando. Me scanneando, me encarando. E eu? Eu nem reparando, pensando só em como eu ia chegar nessa mulher, como é que eu ia fazer ela gostar de mim. Ela já gostava, e eu burra e tímida, nem percebi. Que tal caminhar na areia da praia? “Ótima ideia, em algum momento da caminhada, eu vou tomar coragem e beijar essa mulher.” Quase duas horas caminhando. Beijo? Que beijo? Não tive coragem nem de encostar nas mãos dela. Encosto no carro pra conversarmos mais um pouco antes de ir embora. “Estou derrotada, nunca vai rolar.”

Certeza que a Lua essas horas gargalhava da minha cara, enquanto testemunhava a minha total inaptidão na arte da conquista. “Hey, é impressão minha ou estou quase frente a frente com ela?” Caramba, se eu chegar o corpo mais um pouquinho pra esquerda, fico cara a cara! Vou disfarçar e ir chegando. Bom, disfarçar nunca foi meu ponto forte, mas vou chegando pra esquerda assim mesmo, do jeito que der.

Ok, to de frente pra ela, e to quase entrando em pânico. “Que ideia mais idiota foi essa de ficar de frente, quase colada?” E aí que ela sorriu. Ela sorriu. Sorriu pra mim, só pra mim. Então eu a beijei. E nem sei explicar tudo o que eu senti, mas o Galvão Bueno que vive em mim berrava “É Teeeeeeeeeetra!”. Daí pra frente é história… ficamos, namoramos e casamos. E lá se vão mais de 5 anos, mas eu realmente nunca vou esquecer do primeiro dia das nossas vidas.

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