Como identificar um relacionamento abusivo dentro da família

Nos últimos tempos mulheres estão ganhando espaços para dizer sobre os relacionamentos abusivos que sofrem/sofreram dos seus companheiros, entretanto, devemos lembrar que o abuso não está somente nos relacionamentos: é possível encontrar no comportamento dos familiares.

Conversando com uma amiga sobre pessoas tóxicas, percebemos que tivemos algo em comum: o relacionamento abusivo por parte dos nossos pais. Sim, aqueles que deveriam nos proteger de todo mal e nos abraçar nos momentos bons e ruins, acabaram com nossa autoestima e muito mais. Essa minha amiga disse que demorou muito tempo para perceber o que ele estava fazendo e, quando foi conversar com ele acabou a relação de pai e filha.

Eu, por exemplo, estive em uma relação abusiva, também com o meu próprio pai, por seis anos. Na cabeça dele, achava que era o certo humilhar a filha, xingar, ameaçar e rir dela nos lugares públicos porque “eu te coloquei no mundo”. O resultado: brigas, brigas, mais brigas e o mesmo final que minha amiga teve com o seu pai.

Após a conversa, me perguntei se podemos chamar essa pessoa que nos humilha diariamente de família. Família não é aquela que deveria cuidar de você?!

Assim como relacionamentos, não é normal um parente seu dizer que você é burra, feia, ridícula ou louca. Não é aceitável ouvir humilhações, ameaças e participar de jogos psicológicos. Se você acredita que está passando por este momento, veja como identificar uma pessoa abusiva:

Primeiro, começam a ocorrer momentos de tensão sem motivo algum. Em seguida, há incidentes de comportamento abusivo, podendo conter agressão física ou emocional. Gritos, xingamentos, ameaças, intimidação e culpabilização estão no ciclo. Depois de um tempo, há reconciliação – a pessoa abusiva pede desculpas e promete que não fará mais  nada (e se faz é por amor). Após a calmaria, o ciclo se repete. 

Muitas vezes parece que é impossível sair desse ciclo repetitivo, não é? Entretanto, você pode e DEVE sair. Coloque em sua cabeça que você não tem culpa de nada, que está fazendo tudo certo. Em seguida, trabalhe sua cabeça e autoestima para confrontar o abusador. Por fim, corte as relações.

Não importa quanto tempo demore, o importante é colocar um basta.

Eu sei que é difícil, mas coloque-se em primeiro lugar sempre. Você não precisa de uma pessoa que te coloque pra baixo 24 horas por dia. No final das contas, você descobre que é preciso apenas da sua própria companhia para lidar com as preocupações da vida e, no meio de toda tempestade, é possível rir.

Boa sorte!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *