Quando só souber sentir falta daquela risada escandalosa que acaba virando a delicia dos dias de todos que ficam perto demais, sabe?
Quando não souber mais controlar o fato de entender tudo o que as curvas daquela sobrancelha dizem cada vez que aquela pessoa franzir elas de um modo diferente.
Quando a direção dos olhos e o brilho ou ausência dele te fizerem pensar em maneiras absurdas de confortar aquela pessoa.
Quando não ligar mais para o fato de o orgulho te proteger, por entender que ele também pode te fazer perder o que te faz feliz.
Quando perceber que te devolveram a sua melhor versão de você mesma, talvez você nem soubesse que ela esteve perdida até encontrar-se com você novamente.
Quando voce souber lidar com a saudade, mas não quiser por que sabe que é feliz demais para estar longe ou ficar ausente para ser lembrada.
Quando rabiscar iniciais em um post-it e amassar arrependida no mesmo segundo, quando quiser se livrar daquilo que já sabe que não consegue esquecer agora.
Quando alguém estiver longe e você sentir falta de uma versão sua que talvez seja um pouco mais espontânea, um pouco mais engraçada, um pouco mais leve.
Quando perceber que estar perto dói e estar longe dói mais ainda. Voce perceberá que a dor e a delicia da presença ou da ausência são importantes pois significam o sentido disso tudo.
Quando perceber que se o seu coração ou sua mente estivessem criptografados a primeira pessoa que te decifraria é exatamente quem concentra o seu gritar e o seu calar.
Somos contraditórios demais. Buscamos luz nas pessoas enquanto tudo o que precisamos é que sejam sombra por que queremos descansar nelas quando tudo se torna cansativo demais. A gente exige sem saber muito bem o por que e espera que entendam nossa ansiedade sem endereço inicial ou destino final.
O engraçado é que a gente espera coisas muito difíceis de lidar acontecerem para dar valor aos momentos lindos e fáceis da vida: sempre vendo para crer, sempre sentindo o pior para constatar que o melhor sempre esteve por aqui, entre nós todos os dias. Mas a gente desvia a atenção demais preparando um altar para as tragédias cotidianas.
Daqui a algum tempo novas historias e experiências preencherão paginas novas em nossas vidas, finalmente então você perceberá, que o quando é o agora e que já passou da hora de substituir este viver os medos por viver os sonhos.
