Um dia o mundo conspira, eu boto fé que a nosso favor…

Talvez os vários detalhes que eu já sei sobre você te assustem se forem expostos.
Pode ser que você nem sonhe com isso tudo, mas acredite: eu também nem sonhava.
Me apavoram as alfinetadas do leve desespero de esquecer aquilo que nem chegamos a viver. Romper um destino, fingir não ver por não poder existir além do que se planeja na nossa própria mente.Mas o fato é que os dias antes de você chegar são apenas parte de um passado incolor, sem um cheiro específico com lembranças boas, sem detalhes decorados sobre quem sou em você é você é em mim agora.

Já imaginou que louco se o tempo pudesse questionar a ele mesmo sobre quanto tempo ainda tem pela frente? Eu gostaria que você sentisse que a vida inteira vale a pena com você. Gostaria que sentisse que desde antes de estar por aqui, tu já existias em mim.

Eu admito que acho linda essa sua relação reciprocamente insana com o mundo: a sua bagunça combina com o caos do cotidiano, mas também alimenta a calmaria de alguns dias bons, sabia?

As vezes a gente muda o nosso próprio mundo para fazer com que ele caiba no de alguém, a gente tenta caber nos vãos das pessoas e deixa os nossos em aberto e por mais que essa exposição doa em nós, parece que tudo para nós mesmos acaba sendo aceitável, pois nos acostumamos com o mínimo, fomos condicionados a acreditar que temos o que merecemos. E eu nem sei se eu merecia você, ou se você merecia esse “nós” justamente agora.

 

Mudamos nossas rotinas pelas pessoas em vários aspectos e elas nem imaginam, a gente demonstra carinho por elas em somas de escolhas que fazemos todos os dias nos aproximando de quem gostaríamos de ser para finalmente ter a pessoa certa por perto. Adaptamos o gosto musical, as leituras, as séries, as comidas preferidas, a cor que nos transmite paz, vamos moldando tudo o que nos aproxima das pessoas pois ainda que pareça tão longe, essas pequenas adaptações se tornam força para que um dia a rotina mesclada se torne a coisa mais deliciosa do inteiro que se virá a ser nessas mudanças compartilhadas. Para que finalmente sejam metade das fotos espalhadas pela casa, que sejam metade do peito, metade do sorriso bobo quando descobrirem que o riso inteiro é de quem faz todo esse resto valer a pena.

E já não penso a voltar a versão original de quem eu fui um dia desde que ela mude constantemente contigo.

Quero redescobrir a sorte de sobreviver todos os dias com a ansiedade do encontro das digitais, com a palhaçada sobre o tamanho das mãos ou do que cabe dentro e fora de nós. Fica à vontade sobre a amostra grátis do que eu posso te fazer sentir. Se enxerga em mim. Dá uma olhada breve para esse coração que bate em ritmo de escola de samba quando esbarra com qualquer coisa que diga respeito a você.

Encontrei novamente as melhores coisas que estavam adormecidas em mim dentro de ti de uma maneira extremamente estranha.

Todas as minhas angustias e alegrias não param de te chamar há alguns dias.

Quando é que você vem mesmo?

 

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