Saindo da mesmice | O que podemos desejar ao outro?

Após aquelas conversas filosóficas de horas com uma amiga, certo dia me peguei digitando no Google “coisas para se desejar ao outro”. Perdida entre mensagens de Ano Novo e auto-ajuda, resolvi montar minha própria lista.

Coisas para se desejar ao outro

♦ Felicidade

A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.

Eduardo Galeano

A busca da felicidade é como a da utopia: é algo que nos faz caminhar constantemente. Galeano foi muito coerente em nos sugerir focar mais no processo, no percurso, do que no fim por si só. Deseje ao outro essa felicidade galeana!

 

♦ Ele mesmo

Não ao estilo “Só tu te aguenta”! Mais à la “Ninguém sabe de você mais do que você mesmo”. Essa frase me guia na minha profissão de psicóloga, indo contra aqueles que acreditam que estamos analisando o outro constantemente. “Só faço análises completas quando estou sendo paga”.

Brincadeiras à parte, penso que só você, que conviveu contigo em todos os momentos desde a barriga da sua mãe, pode falar por você. Ninguém mais! Sócrates já acreditava no que leu certa vez: Conhece-te a ti mesmo e conhecerá todo o universo e os deuses! A auto-confiança faz você e os outros acreditarem mais em seu próprio potencial e desenvolvê-lo. Também falei um pouco do assunto neste texto sobre satisfação.

♦ O outro

Até Chuck Noland, que ficou morando sozinho em uma ilha por 4 anos, criou seus próprios companheiros (já assistiu O Náufrago?). Nos construímos a partir das relações, e venho enfatizando sua importância em quase todos os meus textos. Pra não ficar repetitivo, leia essas sobre a série Eu,Tu e Ela, as prioridades, e a empatia.

♦ Mais “co”s

Co-responsabilidade, não “botar culpa”. Co-construir, não “esperar o outro”. Co-habitar, levando em conta o que está à sua volta. Mais comédia, menos competição. Mais compreensão, menos comprovação. Mais confiar (em você e no outro), menos concluir. Menos conserva, mais consciência. Deseje isso ao seu co-mpanheiro!

♦ Amor

Amor não é só um substantivo – é também um verbo, uma ação, atitude. É algo que motiva e que move Esse amor transformador nos guia em uma jornada de aprendizados – que muitas vezes não é facil -, ajudando a cuidar de nós mesmos e do outro. Deseje ao outro esse amor que ora acolhe, ora sacode pra andar!

♦ Que vá catar coquinho

É dito que um general romano, há mais 2000 anos, mandava seus soldados catarem conchinhas na praia quando pensava seus argumentos não estarem mais sendo ouvidos. Catar conchinhas, ou coquinhos, é fazer algo que não exige muito do córtex, o que te faz mais disponível para sentir, se escutar. Com menos defesas, após “catar coquinhos”, estamos mais disponíveis para o outro, mais dispostos a ouvir mais que nossa própria cabeça.

Pois é, sugerir a alguém que cate coquinhos é dar o tempo e espaço necessário para que ambos voltem mais dispostos à troca, mais do que apenas dois mono-diálogos ocorrendo ao mesmo tempo.

 

Com o que mais você completaria essa lista?

Na próxima oportunidade, deseje ao outro o que realmente lhe importa 🙂

 

Até a próxima coluna!

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