PRÁTICAS DO BDSM: BONDAGE

Continuaremos nossas colunas sobre BDSM (você pode ler mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui), falando sobre o BONDAGE, o nome que já é tão emblemático que está presente na sigla, é uma das práticas mais amplas, com inúmeras sub práticas. Existem várias definições conflitantes sobre o que é Bondage, geradas justamente por essa multidisciplinaridade.

AFINAL, O QUÊ É BONDAGE?

A maior parte da bibliografia encontrada refere-se apenas a imobilização física, através de cordas, algemas, correntes ou o que mais sua imaginação permitir, afinal, criatividade conta muito não é mesmo. Mas trata-se de algo muito mais amplo, pois abrange qualquer tipo de inutilização dos sentidos. Ou seja, uma simples venda ou mordaça podem ser consideradas práticas enquadradas pelo Bondage. E vai do simples ao mais complexo. Como veremos ainda nesta coluna.

SEGURANÇA EM PRIMEIRO LUGAR!

Além da consensualidade, o BDSM presa que as práticas sejam aplicadas da maneira mais segura possível, é obvio que após uma sessão de bondage, dependendo da intensidade, vão aparecer marcas e a pessoa vai ficar dolorida, mas a segurança citada trata de evitar traumas nocivos à saúde, por isso antes de qualquer sessão tudo é conversado, principalmente no caso de sessões avulsas (onde não há uma relação estabelecida), quando existe um contrato esses limites já foram informados.

A questão toda é que o bom senso é essencial, o São do SSC (São Seguro e Consensual), é vital para uma sessão segura. Então não é indicado o consumo de álcool nem de nenhum tipo de entorpecente, nem pelo Top nem pelo bottom, é muito importante também que o Top conheça, entenda e respeite os limites do bottom, uma vez que ele pode perder o controle sobre si e não conseguir pronunciar a Safeword, ou um gesto ou sinal pré-estabelecido caso a comunicação verbal esteja interrompida.

Toda prática exige estudo dos envolvidos, sim, até mesmo para prender as mãos com um lenço é preciso entender de anatomia e quais são os riscos, é sempre indicado que Dominadores que gostam de extrapolar alguns limites e praticantes de técnicas mais perigosas tenham uma noção de primeiros socorros caso se faça necessário.

ENTENDENDO O BONDAGE

O conceito de limitação dos sentidos e movimentos é muito amplo, então vamos por tópicos:

  • Visão: Qualquer tipo de venda ou máscara que impeça o bottom de enxergar o que ocorre durante a sessão é considerada uma prática de bondage. É uma prática muito utilizada fora do meio, mais como uma maneira de apimentar a relação, não envolve nenhum tipo de punição física ligada a dor; dentro das sessões de BDSM pode ser utilizado para ampliar a percepção de outros sentidos, tortura psicológica (o bottom não sabe o que está acontecendo e isso gera uma sensação de impotência ainda maior) ou castigo de longa duração;
  • Audição: Mais difícil de ser aplicada, o isolamento auditivo também é uma prática, ele não significa que o bottom não ouvirá nada, o Top pode, por exemplo, colocar fones de ouvido com som alto, isolando o bottom; é uma sub prática muito utilizada para gerar confusão mental;
  • Voz e palato: Mordaças também são muito utilizadas por pessoas de fora do meio, e existem vários modelos e usos para elas. Existem mordaças que são utilizadas apenas para impedir a comunicação verbal, e existem mordaças para tortura, que são introduzidas na boca do bottom, impedindo que ele feche a boca, aumentam a salivação e causam incomodo físico e psicológico;
  • Movimentos: As imobilizações são amplamente utilizadas dentro do BDSM, geram a sensação de poder ao Dominador e de impotência aos submissos. Existem muitas práticas relacionadas, a mais conhecida é o Shibari, técnica japonesa de imobilização com cordas, algo tão bonito que terá uma coluna exclusiva em breve. Mas desde as imobilizações mais simples já são enquadradas na prática: segurar as mãos do bottom impedindo seus movimentos, prender com cordas, fitas, gravatas, e isso se estende a coisas que precisam de objetos mais específicos como o famoso X, separadores de pernas, etc. A imobilização pode ser feita apenas imobilizando membros ou prendendo o bottom a objetos maiores, como camas, cadeiras, mesas e afins;
  • Perda de Noção de Tempo e Espaço: As sessões de BDSM podem sim durar mais do que algumas horas, tudo depende do tipo de relação e de intenção dos envolvidos. Existe um tipo de prática, não muito aplicada devido a dificuldades técnicas, que é o encarceramento. Nesse tipo de prática o bottom é restrito a uma gaiola, ou quarto, onde fica totalmente isolado do ambiente externo, ou seja, com o passar do tempo perde a noção de horário, se é dia ou noite, são torturas aplicadas por um longo período de tempo, por isso exigem muita perícia e cuidado dos envolvidos para que não ocorra algum tipo de trauma físico ou psicológico ao bottom.

BONDAGE DE ASSALTO

O nome pode ser estranho mas trata-se de algo muito simples, é a imobilização aplicada de surpresa, um bom exemplo são as imobilizações que o Sr Grey aplica em Anastácia com suas gravatas. Ótima para dar aquela aquecida no sexo, porém quem pretende aplicar deve estar atento ás dicas de segurança.

OBJETOS

  

PREPARANDO O AMBIENTE

Pelo fato do Bondage ser algo tão amplo, o preparo do ambiente varia muito. O mais importante é criar um ambiente adequado à prática escolhida, separando os objetos a serem utilizados, e aqui mais uma vez, a imaginação pode rolar solta.

SEGURANÇA NA PRÁTICA

Quando são utilizados imobilizadores é sempre importante ter em mãos meios de rompe-los com facilidade, tesouras, chaves extras, e até alicates se for o caso.

É essencial verificar o condicionamento físico do bottom, se necessário fazer alongamentos e aquecimentos para evitar cãibras e contusões.

O estudo da anatomia humana no caso de imobilizações é muito importante, pois é preciso atentar-se para não interromper a circulação de sangue por um tempo que se torne nocivo, ou interromper a circulação de sangue em artérias, por exemplo.

Se não sabe não faça.

Se não tem certeza não faça.

Se está inseguro não faça.

Se não tem como interromper rapidamente não faça.

AFTER CARE

Em todas as práticas o cuidado posterior é essencial. O after care é momento de conversar, voltar ao mundo real, verificar como está o psicológico do submisso. Cuidados pós bondage podem incluir massagens para reestabelecer a circulação do sangue, alongamentos. No caso de desorientação temporal, é necessário conversar e passar as informações do que ocorreu no mundo exterior durante a clausura.

Agora que você já sabe o que pode e o que não pode, teste seus limites com seu crush, afinal, bondage é uma maneira super simples de apimentar as coisas. Amarre o crush na cama e mostre quem manda 😉

3 thoughts on “PRÁTICAS DO BDSM: BONDAGE

  1. André Gomes says:

    Olha, você fez confusão acerca do que é bondage. Bondage é o ato de restringir os movimentos, nada tem a ver com restrição de sentidos. São práticas distintas.

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