5 Pontos para um Ano MINIMAMENTE Novo

Confesso que não sou tão prática quanto gostaria. Me acho redundante e prolixa. Mas ando fazendo um esforço de sistematização de idéias que penso ser importante. E esse título, junto com esse texto, compõem uma tentativa de sistematização de coisas que considero importantes, complexas, profundas, e sobre as quais eu poderia escrever um livrão. Ou seja, aqui tentarei ser rápida e eficiente.

Já está mais do que comprovado: a maior parte de nós faz um grande esforço para manter as coisas da forma como as conhecemos ou como já são, com o mínimo de alteração ou novidade. Nos cagamos de medo do novo.

Mesmo quando no nosso discurso consciente e manifesto conseguimos nos enganar e enganar aos outros de que “ansiamos por mudança, queremos e buscamos o novo”, na verdade os nossos filtros inconscientes mais sabotadores fazem um esforço desgraçado para que nos nossos atos, nas nossas escolhas, no nosso dia a dia, nos afastemos automaticamente do que seja desconfortavelmente novo, do que nos force a estudar, aprender coisas novas, desenvolver mecanismos inéditos.

Eis que surge esse furor do ANO NOVO, com todo o seu kit-clichê de renovação, mudança, novidade e esperança no que está por vir. Como a gente pode fazer com que essa mudança simples de representação de medida temporal, em que o ano apenas passa de um número para o outro, gere um movimento real de renovação, um ANO NOVO de verdade, com menos medo do novo, do incerto, e sem auto-sabotagem?

Vamos aos tais dos 5 pontos que garantem um Ano MINIMAMENTE Novo:

  1. CONVERSE COM SEU KIT DE MEDOS PARALIZANTES: todos nós temos um kit de âncoras que fazem com que a gente se movimente pouco, ou menos do que poderíamos. Seja porque temos pouca crença em nossas capacidades, seja porque somos muito sensíveis a críticas, seja porque não fomos encorajados a ousar e portanto não temos o hábito. Trazer à consciência essas âncoras já faz com que você possa trabalhar-se internamente de forma a desmobilizar mecanismos poderosos que trabalham no sentido de te manter “estacionado” todo o tempo.
  2. CHAME SEUS DESEJOS PARA ESSA CONVERSA: os nossos desejos funcionam como um combustível para nossa vida no dia a dia. É importante conseguirmos separar o que é vontade (de comer chocolate, ou de ir à praia amanhã, por exemplo) do que é desejo (tornar-se uma pessoa menos ansiosa, envolver-se mais em atividades coletivas, realizar um trabalho voluntário). Quando tomamos posse desses desejos entendendo-os, passamos a possuir combustível para nos colocar em movimento. É importante lembrar que não adianta eleger qualquer desejo de segunda mão, herdado de outra pessoa por influência. Se esse material não for SEU, não vai te colocar em movimento.
  3. OBSERVE AS COISAS NAS QUAIS VOCÊ SE REPETE: somos todos chatos e repetitivos. Faz parte, não tem como não sermos extremamente repetitivos em muita coisa. Minimamente no banho que tomamos diariamente, na xícara de café, no tipo de música que procuramos escutar. Mas… é importante identificarmos outros tipos de repetição: o que sempre criticamos, com que tipo de pessoa temos menos paciência, que tipo de trabalho nos tira do sério, em que tipo de situação ficamos mais inseguros, que tipo de preconceito ainda nos pega. Sabendo onde estamos “no automático”, conseguimos identificar onde teremos que fazer mais esforço de mudança, de deslocamento de percepção, ou investimento de novas formas de resolver as coisas.
  4. FAÇA UM INVENTÁRIO DE CAPACIDADES QUE VOCÊ TENHA E QUE USE POUCO: não podemos desperdiçar recursos. Se você tem uma determinada habilidade, ali, abençoada por Deus e bonita por natureza, um recurso que você poderia utilizar em favor de realização, prazer, produtividade, praticidade e nem se dá conta, trate de descobrir e botar pra jogo. A vida não é fácil, o ambiente é cada vez mais desprovido de tudo, se você não utilizar suas capacidades plenamente, está deixando de colher praticidade e eficiência para realizar seus desejos.
  5. COLOQUE MAIS CRIATIVIDADE NO SEU DIA A DIA: temos a tendência de simplificar e automatizar tudo. Cerque-se de imagens, narrativas, pessoas e ambientes mais inusitados. Ao nos abastecermos de elementos mais criativos, somos capazes de, naturalmente, gerarmos material criativo no nosso dia a dia, melhorando nossa capacidade de fazer diferente cada vez mais. Como uma “musculação criativa”.

Esses cinco pontos são, cada um, um universo de complexidade, de reflexões, auto-análise, aceitação e quebra de padrões pessoais estabelecidos. Eles juntos integram uma agenda existencial gigantesca, com a qual a gente, cedo ou tarde, precisa se ocupar. Afinal, isso é que é viver.

E apenas pensando nessas coisas que temos alguma chance de termos um Ano MINIMAMENTE Novo.

 

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